Além de promover o turismo, lazer e apresentações musicais, de teatro e dança, o Aleluia Ilhéus Festival, que vai até esse domingo (31/3), também serve como palco de exposições de artes plásticas, artesanato e literatura, integrando diversas expressões da cultura local e regional.
Esses aspectos podem ser conferidos nos estandes Tela da Gente, Literarte, Feira da Economia Criativa, da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), e outros distribuídos no espaço do evento, na Avenida Soares Lopes, um dos principais cartões postais da cidade.
No Tela da Gente, estão os trabalhos dos artistas plásticos Jane Hilda Badaró, Herbert Gwimma, Gildásio Rodrigues, Goca Moreno e Márcia Menezes, com intensa visitação do público. “Estou achando fantástico. O que estaríamos fazendo hoje se não tivéssemos essa programação artística e cultural?”, indaga Jane Hilda. O pintor Gildásio Rodrigues destacou a oportunidade de divulgação dos artistas locais e comemorou a venda de trabalhos até para a República Tcheca.
Promovido em parceria com a Academia de Letras de Ilhéus, o estande Literarte expõe banners com a história dos maiores escritores e poetas regionais, como Adonias Filho, Cyro de Mattos, Jorge Medauar, Telmo Padilha, Valdelice Pinheiro, Hélio Pólvora, Jorge de Souza Araújo, Sosígenes Costa, Euclides Neto, José Delmo, entre outros. A literatura de cordel também está presente no Aleluia Ilhéus através do estande Cultura Popular e das performances da atriz Janete Lainha.
Artesanato
Um dos destaques do evento está na mostra de artesanato. A Associação de Moradores e Agricultores de Rio de Engenho (Amarea), por exemplo, trouxe uma variedade de licores e produtos baseados na cultura do cacau. No estande da Ceplac, os turistas ficam curiosos com os detalhes da mini fazenda que apresenta as fases do cultivo da lavoura cacaueira.
O estande da EBDA, um dos maiores da feira, expõe uma diversidade de produtos da agricultura familiar baseados nas cadeias produtivas da fruticultura, mandiocultura, apicultura, dendê, guaraná e bovinocultura. O artesanato feito com a fibra da bananeira resulta em bolsas, fruteiras, caixas e outras peças trabalhadas à mão pelas mulheres na zona rural. O sucesso desse artesanato, coordenado pelo escritório de Gandu, já rendeu um programa de incentivo para as mulheres no campo, focado na sustentabilidade, pois o material utilizado (fibra de bananeira) seria descartado, em outra situação.
A Feira da Economia Criativa, estimulada pelo Sebrae, mostra o artesanato cem por cento regional, feito em Ilhéus, Uruçuca e Itacaré, a exemplo do Núcleo Afro Raiz e a Casa da Economia Solidária de Serra Grande. São estamparias, utilidades como bordados, toalhas diversas, bolsas, crochê, produtos em madeira e MDF.
O artesão Dado Lôko, de Ilhéus, produz as estamparias em camisa na hora, a pedido do cliente. A ilheense Maria do Socorro Ramos, moradora da Urbis, ficou contente em mostrar seu artesanato. “A gente está precisando disso, de sermos vistos”, exclamou. Lourdes Villas Boas apresenta a diversidade dos aromas produzidos na pequena empresa montada em Ilhéus. A Arte&Hora tem trabalhos em MDF, através da pirografia (arte em fogo), como relógios e quadros ilustrados com essa técnica.
Público aprova
O estudante de enfermagem, Jadson Santos Nascimento, 28 anos, apontou o ineditismo da proposta do Aleluia Ilhéus e elogiou a pluralidade cultural. “O evento é muito interessante, eu acho que a região é carente de eventos como esse, e veio em um momento adequado, em meio às dificuldades da nossa cidade. Gostei muito da ‘sacada’ que os organizadores tiveram, de promover diversas atrações culturais. Agora mesmo, estava no teatro popular e estou indo conferir a filarmônica”, contou.
A Orquestra Filarmônica Capitania de Ilhéos, a principal atração da noite, e o pianista Márcio Thadeu, chamaram a atenção de Olival Souza e Silva, 60 anos, que acompanhou tudo de perto, na arquibancada. O economista também elogiou a iniciativa da Prefeitura. “Achei o espetáculo lindo e emocionante, dignos de uma Sexta-feira Santa. A Prefeitura e todos os colaboradores estão de parabéns, e nós, ilheenses, estamos agradecidos. Essa divulgação de arte e cultura local é uma oportunidade ímpar para a nossa cidade”, frisou o economista.
O industrial José Galindo, 56 anos, foi com toda a família prestigiar o Aleluia Ilhéus Festival e apontou a segurança e a valorização da cultura e produtos da região como os destaques do evento. “O artesanato, os nossos artistas e os produtos derivados do cacau, por exemplo, levam a imagem da cidade para outros locais. Isso é fundamental. Importante também é que o evento propicia lazer para toda a família, pois é um ambiente seguro e ideal para todas as idades”, evidencia.
O turista de São Paulo, engenheiro Paulo Torci, 40 anos, ficou encantado com a apresentação dos grupos Jahbless e Improviso Nordestino, com participação de Sérgio di Ramos, na Tenda do Teatro Popular de Ilhéus. “Fiquei admirado com o grupo, a qualidade da voz e da música, é bem diferente de tudo que já vi”, enfatizou.
Já a mestranda Larissa Boing, que reside em Ilhéus há apenas um mês, ficou fascinada com a performance da cantora ilheense Gabriela Maia, no palco da Economia Criativa. “Ela está arrasando, boa musicista e canta francês muito bem”. A estudante elogiou ainda, a variedade de estandes e a estrutura do evento. “Gostei bastante das diversas opções dos estandes, expondo os produtos da região, o artesanato, assim como a estrutura, a iluminação e segurança”, apontou.
Agricultores de Rio do Engenho mostram iguarias típicas e artesanato - Foto: Alfredo FilhoGrupo Improviso Nordestino, na Tenda do Teatro Popular de Ilhéus - Foto Alfredo Filho
Foto: Alfredo Filho Orquestra Filarmônica Capitania de Ilhéos
Publicado: Tribuna da Bahia
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