Em relação a matéria publicada pelo Bahia Econômica, publicada nesta terça-feira e intitulada “Ponte Salvador-Itaparica: só os estudos podem custar R$ 80 milhões”, a Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan) encaminhou nota ao portal apontando alguns supostos equívocos na matéria. A seguir transcrevemos os tópicos da nota, seguido dos comentários da redação.
Inicialmente a Seplan contesta a informação de que o estado contratará empresas para revisar os planos diretores de 21 municípios. Informando que os estudos preliminares realizados indicam a necessidade de revisar apenas os planos diretores das cidades de Itaparica e Vera Cruz. A nota informa também que Salvador receberá uma das cabeceiras da ponte, mas que os estudos atuais não apontam a necessidade de revisar completamente o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), visto que a intervenção será localizada no Centro Antigo de Salvador. Mas admite que serão elaboradas diretrizes urbanísticas para a área de influência do projeto da ponte Salvador-Itaparica, que servirão de subsídio para as prefeituras futuramente revisarem seus planos diretores.
Comentário da Redação: A informação de que 21 municípios serão impactados pela ponte Salvador- Itaparica foi do próprio secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli em audiência na Assembleia Legislativa. A matéria não afirma que o estado contratará planos diretores, apenas que poder público, inclusive municipal, terá de fazê-lo, pelo tamanho da intervenção. A própria nota admite que serão necessários estudos com novas diretrizes urbanísticas para Salvador e revisão dos planos diretores das cidades, o que corresponde a essência da matéria.
A nota da Seplan questiona a matéria quando ela afirma que o centro antigo de Salvador necessitará de novas intervenções, para fazer frente ao impacto de um equipamento que vai aumentar o movimento na região em mais de 30 mil carros. Segundo a Seplan os estudos preliminares indicam que a estimativa de fluxo, nos dois sentidos será de 10 mil veículos por dia. No 30º ano, a projeção aponta 140 mil veículos por dia, similar ao fluxo da ponte Rio-Niterói.
Comentário da Redação: Urbanistas consultados pelo Bahia Econômica acreditam ser muito baixa a previsão de 10 mil veículos de fluxo para a ponte, especialmente se for considerado a alta estação. De todo modo em qualquer dos casos será necessário intervenções para não degradar o centro histórico de Salvador, o que implica em recursos.
A nota da Seplan diz que, diferente do divulgado pelo site, em diversas oportunidades foi divulgado o escopo de trabalho da Mckinsey, composto de: Gestão de partes interessadas e comunicação social; Elaboração de um plano de desenvolvimento socioeconômico e imobiliário da região; Elaboração de um plano de desenvolvimento urbanístico; Infraestrutura; Impactos do projeto; Elaboração do modelo econômico-financeiro; Modelagem institucional; Coordenação dos diversos estudos a serem licitados pelo Governo do Estado (EIA-Rima, Engenharia, Sondagem, Masterplan Urbanístico, etc)
Comentário da Redação: O portal não tinha efetivamente o detalhamento do trabalho que será realizado pela Mckinsey, e já havia solicitado o referido escopo à Seplan, no entanto a própeia nota da Seplan admite que o governo do Estado terá de licitar vários outros estudos a exemplo do EIA-Rima, estudos de Engenharia, Sondagem, Masterplan Urbanístico, etc, que apenas serão coordenados pela Mckinsey, o que corrobora a tese principal da matéria de que serão necessário mais estudos que, incluindo o projetos básico e executivo, devem efetivamente atingir um montante bem superior aos R$ 40 milhões iniciais gastos com a consultoria internacional.
BahiaEconômica
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