Governador Wagner abre maior evento de
energia eólica da AL
O governador destaca consolidação
da cadeia produtiva da fonte eólica na Bahia
Com 132 projetos de parques
previstos e em operação, a Bahia confirma o grande potencial no setor de
geração de energia eólica graças à capacidade de gerar 3,2 gigawatts, que
representam investimentos de R$ 12 bilhões. O fortalecimento da cadeia
produtiva da fonte energética gerada a partir do vento foi destacado, nesta
terça-feira (26/08), pelo governador Jaques Wagner, ao abrir o Brazil Windpower
2014, que continua até quinta (28/8), no Centro de Convenções Sul América, no
Rio de Janeiro.
A quinta edição do maior evento
ligado à energia eólica da América Latina reúne os principais órgãos, empresas,
investidores e pesquisadores do setor. Também participaram da abertura do
encontro os secretários estaduais da Indústria, Comércio e Mineração, James
Correia, e do Meio Ambiente, Eugênio Spengler.
Na ocasião, Wagner foi
homenageado pela atuação na atração de investimentos para a instalação de
parques e indústrias de equipamentos eólicos na Bahia. “É motivadora e
desafiadora a energia renovável e limpa, que é a energia eólica. Agradeço pela
honraria pelo segundo ano consecutivo. Efetivamente quando chegamos [ao
governo], em 2007, não havia projeto [na área de energia eólica] apesar das
fontes de vento privilegiadas, com produtividade como aqueles que já investem
sabem”.
Segundo o governador, “sete anos
depois, temos projetos instalados e a instalar no estado, o que representa uma
mudança de qualidade na vida do povo do sertão baiano, do semiárido. Além do
emprego gerado diretamente, temos a melhoria [de vida] com a energia instalada
em terrenos de pequenos produtores. É importante para quem vive apenas da
produção rural”.
Meta
A Bahia já dispõe de 10 gigawatts
licenciados para os próximos anos, com a meta de gerar 5 gigawatts, ou 25% de
toda energia eólica produzida no país até 2020. Com o anúncio da fábrica de
torres metálicas da Alstom, na região de Jacobina, que receberá investimentos
de R$ 86 milhões, chega a sete o número de produtores de equipamentos
instalados no estado.
Fornecedora global de
equipamentos e soluções para geração de energia, a Alstom vai criar, em
parceria com a Andrade Gutierrez, o empreendimento conjunto Torres Eólicas do
Nordeste (TEN). O projeto prevê a construção e operação de uma fábrica de
torres de aço para aerogeradores próximo aos parques eólicos da região,
descentralizando a produção deste componente no estado.
A Alstom já opera uma fábrica de
aerogeradores em Camaçari e aumentou a capacidade de geração por meio de
parceria com o parque eólico da Renova Energia, totalizando investimentos de R$
2,5 bilhões. Além da francesa Alstom, estão em operação na Bahia as espanholas
Gamesa (caixa do rotor de aerogeradores), Acciona (cubos eólicos), Torrebras
(torres para turbinas) e a brasileira Tecsis (pás e geradores).
Potencial
“O vento baiano é um dos mais
nobres e, desde o início, apontamos que a Bahia seria o centro estratégico
eólico para a Alstom, não só pelo mercado potencial, mas também por ter um
centro tecnológico como o Senai/Cimatec e mão de obra muito bem desenvolvida”,
ressaltou o diretor da empresa, Roberto Miranda.
A Bahia participa também de um
programa de formação de mão de obra em energia eólica, com investimento de R$
3,6 milhões, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai),
em parceria com a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento.
Na área de pesquisa e suporte à
cadeia produtiva, o governo estadual realizou, em 2013, a atualização do Atlas
Eólico do Estado da Bahia, utilizando novas tecnologias para indicar as
melhores áreas de potencial eólico no território baiano e as principais
características do vento a até 150 metros de altura.
O estudo identificou sete áreas
com grande potencial eólico - Serra do Sobradinho, Serra Azul, Morro do Chapéu,
Serra da Jacobina, Serra do Estreito, Caetité e Novo Horizonte, este último o
ponto mais alto da Bahia.
Fonte: Secom
Eólica deve corresponder a 11%
da produção nacional em dez anos
Em agosto, a fonte atingiu a capacidade
instalada de 5 GW, o suficiente para abastecer, na média, cerca de 4 milhões de
residências
A participação da energia eólica
na matriz energética brasileira deve atingir 11% nos próximos dez anos. Segundo
o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, esta
é a perspectiva com que o governo federal está trabalhando. Ele acrescentou
que, atualmente, este é o tipo de energia que mais vai crescer no período
depois da hídrica e que a produção no Brasil já ultrapassou a da energia
nuclear.
Em agosto, a fonte eólica atingiu
a capacidade instalada de 5 gigawatts (GW), o suficiente para abastecer, na
média, cerca de 4 milhões de residências ou 12 milhões de pessoas, o que
corresponde a uma cidade do tamanho de São Paulo.
O presidente da EPE deu as
declarações ao participar da abertura do 5º Brazil Windpower, promovido
anualmente pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo
Conselho Global de Energia Eólica (Gwec) e pelo Grupo CanalEnergia. O encontro
reúne representantes das principais empresas da cadeia produtiva da indústria
de energia eólica.
Tolmasquim também informou que o
leilão de energia de reserva de 2014, que vai ocorrer no dia 31 de outubro, tem
registrado um grande interesse e atingiu mais de mil inscritos. Ele destacou
que embora ainda não tenha terminado o processo de habilitação técnica, deve
haver um número razoável de usinas habilitadas. "Como os preços-teto são
bastante atrativos nos três produtos, tanto no hídrico, como no térmico e eólico/solar,
acredito que vai ter muito interessado em participar. As perspectivas são muito
boas", informou destacando que o leilão vai ser competitivo com diferentes
tipos de tecnologia e de combustível.
Ainda na abertura a presidenta da
ABEEólica, Elbia Melo, disse que o setor está muito otimista neste momento.
"Ano passado nós já estávamos muito felizes porque havíamos participado de
um leilão de reserva e tínhamos boas sinalizações de contratação. Terminamos o
ano de 2013 com resultado surpreendente, muito acima da melhor
expectativa" disse. Segundo a presidenta, a perspectiva de contratação
para o ano que vem, é boa porque o setor está em um processo de
desenvolvimento.
Fonte: Agência Brasil