sexta-feira, 15 de março de 2013

Impasse entre o governo e a Prefeitura adia decisão sobre o metrô de Salvador



por
Lilian Machado  - Tribuna da Bahia



 
A promessa de que o prefeito ACM Neto (DEM) e o governador Jaques Wagner iriam selar nessa quinta-feira (14/3) o entendimento sobre a questão da transferência da linha 1 do metrô (Rótula do Abacaxi-Lapa), da prefeitura de Salvador para o governo do estado, ficou para depois.
Após se reunirem a portas fechadas por duas horas, na Governadoria, os dois gestores, acompanhados pelos secretários municipais de Transportes e da Casa Civil, José Carlos Aleluia e Albérico Mascarenhas, e o titular estadual da Casa Civil, Rui Costa, não conseguiram chegar ao consenso em torno do empreendimento, que se refletiu como o maior imbróglio da capital baiana nos últimos dez anos.
Um dos entraves, conforme a Tribuna já havia antecipado, se refere ao controle das linhas de ônibus que irão alimentar o sistema de metrô.
Uma nova conversa irá acontecer na próxima semana. A administração do metrô de Salvador é o primeiro impasse na relação administrativa entre o prefeito e o governador, que lideram grupos políticos adversários.
Um dos comandantes do recente estágio de negociação, iniciado em janeiro, o secretário Aleluia afirmou que o processo não foi concluído por problemas técnicos, relacionado aos cálculos. Embora ainda não ficassem claras as determinações, ele classificou como positiva a reunião. “O governador e o prefeito se aprofundaram no problema e mostraram disposição em resolvê-lo. Apenas não conseguimos fechar os números. Vamos trabalhar com afinco e determinação para solucionar isso”, enfatizou.
Questionado se haveria desentendimentos em relação ao controle das linhas de ônibus que passarão nas estações de transbordo, o secretário de Transportes minimizou, mas admitiu que as tarifas estariam em jogo.
“Não é desentendimento. Nós não vamos concorrer. Não haverá concorrência entre ônibus e metrô, mas é possível acertar as tarifas de cada um. Vamos buscar uma solução módica. Dessa forma haverá alteração integrada”, revelou.
Segundo ele, quando a gestão da linha for passada para o estado caberá apenas ao governo decidir pelo início da operação. No município há quem defenda que a linha 1 deva ter operação iniciada antes da construção da linha 2 (Paralela-Lauro de Freitas), mas o governador já teria dito que a princípio a ideia é de que ambas comecem a operar ao mesmo tempo.
O secretário Rui Costa fez questão de enfatizar que há divergência na questão das linhas alimentadoras do sistema. “Nós queremos linhas próprias que servirão a população próxima as estações de metrô e que seja paga uma única tarifa para essas linhas e o metrô, mas a prefeitura não aceita. Eles querem que as linhas convencionais sirvam ao sistema. Vamos sentar para conversar novamente. Se a prefeitura concordar com a nossa proposta a questão é finalizada”, disse.

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