sexta-feira, 22 de março de 2013

Trens do subúrbio param por falta de pagamento a funcionários terceirizados


Cidade
por Kelly Cerqueira - Tribuna da Bahia

Foto: Francisco Galvão
Com os trens parados, foi difícil chegar ao trabalho no horário
Com os trens parados, foi difícil chegar ao trabalho no horário
Os soteropolitanos que precisaram se deslocar pelo sistema ferroviário na manhã dessa quinta-feira (21/3), tiveram que procurar outro meio de transporte. Desde as 8h, os ferroviários decidiram interromper as atividades devido à paralisação dos funcionários terceirizados do Grupo Dinamus, empresa responsável pelos serviços de limpeza e bilheteria nas estações da Calçada e Paripe.

De acordo com o presidente do Sindilimp, Edson Conceição de Araújo, os prestadores de serviço da Dinamus estão com salários atrasados há um mês. “A empresa alega que a prefeitura deixou de pagar as últimas quatro faturas, mas os trabalhadores não são funcionários da prefeitura, são terceirizados”, afirmou o sindicalista.

A mesma situação se repete com a empresa responsável por fazer a segurança privada nas estações. De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviário e Metroviário dos Estados da Bahia e Sergipe (Sindiferro), Paulino Rodrigues de Moura, a MJE Segurança também aguarda o pagamento da prefeitura para entrar em dia com os funcionários que atuam nas estações.

“Nós ainda fizemos a primeira rota do dia, mas vimos que não é possível continuar funcionando sem o serviço dos terceirizados e por isso resolvemos parar”, informou o representante do Sindiferro. Segundo ele, diariamente, cerca de 15 mil pessoas são transportadas pelo sistema ferroviário, mas este número pode chegar a 18 mil.

A falta de condições de trabalho e a ausência de planos de saúde e odontológico também motivaram a paralisação dos funcionários do Grupo Dinamus. Segundo Edson, existem casos de trabalhadores que foram obrigados a tirar férias sem receber o benefício. “Vários itens do plano coletivo que foram acertados não estão sendo cumpridos pela empresa”, continuou.

Em relação aos atrasos da prefeitura, o sindicalista atribuiu o problema ao decreto assinado pelo prefeito ACM Neto, no início da gestão, suspendendo o pagamento de todas as dívidas herdadas da administração do ex-prefeito João Henrique. Segundo ele, a mesma situação vem sendo enfrentada pelos terceirizados da Estação Transbordo.

O sindicalista alega que o decreto não atingiu o pagamento de outras empresas terceirizadas dos setores de saúde e educação, as quais, segundo ele, já tiveram a situação regularizada. “Assim como os funcionários destes setores foram beneficiados, nós também queremos receber o que nos é de direito”, disse.
De acordo com Pedro Franco, um dos diretores do Sindiferro, os trens representam um prejuízo de R$ 3 milhões para a prefeitura. “Com o baixo valor das passagens e o alto custo de manutenção, o sistema só dá prejuízo”, opinou. Ele questiona a administração municipal das estações ferroviárias de trens que, afirmou, só acontece em Salvador. “Nas principais capitais do Brasil, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos é a responsável por administrar o sistema ferroviário, só aqui em Salvador que os trens são responsabilidade da prefeitura”, concluiu.

Nenhum comentário: