Segundo a Agência Internacional de Energia, os sistemas fotovoltaicos podem gerar até 16% da eletricidade do mundo em 2050
O Sol poderá ser a
maior fonte de eletricidade no mundo até 2050, à frente de combustíveis
fósseis, eólica, hidrelétrica e nuclear, de acordo com dois relatórios
divulgados nesta segunda-feira, (29/9), pela a Agência Internacional de
Energia (IEA), na sigla em inglês). Os relatórios mostram que os
sistemas fotovoltaicos podem gerar até 16% da eletricidade do mundo em
2050, enquanto a solar térmica concentrada poderia fornecer um adicional
de 11%.
Combinadas, essas tecnologias
evitariam a emissão de mais de 6 bilhões de toneladas de dióxido de
carbono por ano no período - que é mais do que todas as emissões de CO2
atuais relacionados com a energia dos Estados Unidos, ou quase todas as
emissões diretas do setor de transporte em todo o mundo hoje.
Segundo a diretora-executiva da IEA,
Maria Van der Hoeven, a rápida queda no custo dos módulos e dos sistemas
fotovoltaicos abre novas perspectivas para o uso da energia solar como
uma grande fonte de eletricidade nos próximos anos. No entanto, a
executiva ressalva que ambas as tecnologias são muito intensivas em
capital, o que exige que todas as despesas sejam feitas antecipadamente
para que os objetivos sejam alcançados.
A diretora também destacou que os dois
relatórios não representam uma previsão, tal como acontece em outros
estudos de tecnologia da AIE, que detalham as metas de melhoria de
tecnologia esperada e as ações governamentais necessárias para se
alcançar essa visão em 2050.
O objetivo das publicações é apontar
para a importância de se estabelecer políticas claras, credíveis e
consistentes, que possam diminuir os riscos de implantação dos
investidores e inspirar confiança nos empresários. Por outro lado, disse
Van der Hoeven, onde houver incoerência política ou sinais confusos dos
governos, o consumidor pagará mais caro pela energia , e alguns
projetos não vão seguir em frente."
Os dois documentos enfatizam o papel
complementar das duas tecnologias. Com 137 GW de capacidade instalada
mundialmente até o final de 2013, e adicionando 100 MW por dia, a
implantação da solar fotovoltaica até agora tem sido muito mais rápida
do que a da solar térmica, principalmente por causa da redução dos
custos dos equipamentos.
No cenário descrito nos relatórios, a
maior parte do crescimento da energia solar fotovoltaica acontece até
2030. No entanto, o quadro depois muda. Ao atingir participação entre 5%
e 15% da geração anual de eletricidade, a fotovoltaica começa a perder
espaço. A implantação da tecnologia térmica decola nesta fase, graças ao
sistema de armazenamento das usinas concentradas, que permite a geração
de energia elétrica nos picos de demanda do fim da tarde e da noite,
complementando, assim, a geração fotovoltaica.
A China lidera de longe a expansão da
tecnologia fotovoltaica. A tecnologia solar térmica se expande em áreas
muito ensolarados, com céu limpo, tornando-se uma grande oportunidade
para a África, Índia, Oriente Médio e Estados Unidos.
Fonte: Jornal da Energia