UOL Notícias
27/12/201612h00
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente-executivo do
Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou nesta terça-feira que o movimento de
redução dos juros bancários liderado pelos bancos públicos "já se mostrou
que não é correto", acrescentando que o BB não está sofrendo pressão do
governo federal para agir nesse sentido.
"Redução dos juros vai ocorrer de forma
sustentável, não como foi no passado", disse o executivo em café da manhã
com jornalistas. Ele projetou que o processo deverá ocorrer na esteira da queda
da taxa básica de juros, a Selic. Ao ser questionado se os juros do cartão de
crédito de fato cairão pela metade após o governo anunciar medida para limitar
em até 30 dias o uso do rotativo, Caffarelli afirmou que é o dia a dia que vai
mostrar se isso realmente vai ocorrer. Caffarelli também afirmou que o plano do
BB de alcançar um índice de capital principal de 9,5 por cento em janeiro de
2019 não conta com a necessidade de venda de ativos ou aporte da União. Ele
ressalvou, contudo, que o BB pode vender negócios que não considera essenciais,
como a fatia detida na Neoenergia e na fabricante de silos Kepler Weber.
Segundo Caffarelli, está afastada a chance de o
banco se desfazer de ativos que geram receita e tarifas, descartando a venda de
participação nas áreas de cartão e de gestão de recursos de terceiros.
Reiterando em diversos momentos que o foco atual do
banco é no aumento da rentabilidade em detrimento da participação de mercado, o
executivo disse que o BB quer aumentar o spread para ficar em linha com
concorrentes privados.
"Nosso spread é cerca de 60 por cento do que é
dos nossos concorrentes", disse.
Também presente no encontro, o vice-presidente de
gestão financeira e relação com investidores do BB, José Maurício Coelho,
afirmou que uma das formas de melhorar o spread é buscando melhores condições
de captação.
Sem dar números, Caffarelli também disse que a
carteira de crédito da instituição voltará a crescer no ano que vem, após
retração neste ano. Ao comentar as perspectivas de crescimento para a economia
no próximo ano, o presidente do BB previu que a retomada será mais vagarosa que
o inicialmente estimado, sendo que a equipe econômica do banco agora prevê uma
expansão de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.
(Reportagem de Marcela Ayres e Alonso
Soto) UOL NOTICIAS
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