Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou a quebra do sigilo bancário do diretório nacional do DEM entre
janeiro de 2012 e dezembro de 2014. Na mesma decisão, Barroso também determinou
a quebra do sigilo telefônico do presidente do partido, senador José Agripino
Maia (RN), de um primo do parlamentar e do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro.
A decisão do ministro do STF é da última quarta-feira (14) e está relacionada a
um inquérito - desdobramento da Operação Lava Jato que investiga o envolvimento
de Agripino em fraudes nas obras da Arena das Dunas, construída em Natal para a
realização da Copa do Mundo de 2014. A Procuradoria-Geral da República suspeita
que a OAS tenha pagado propina para o senador "em troca de auxilio do parlamentar
na superação de entraves a liberação de recursos" de financiamento do
BNDES.
ODEBRECHT REPASSOU R$ 100 MILHÕES PARA CERVEJARIA FINANCIAR POLÍTICOS
17/12
- 07:47hs – Publicação de bahiaeconomica
A Odebrecht abordou em seu acordo de colaboração com a Justiça detalhes de sua relação com a família Faria, proprietária do Grupo Petrópolis. A Lava Jato já havia identificado que executivos ligados à Odebrecht e o grupo eram sócios no banco Meinl Bank Antígua, utilizado pela empreiteira para operar as contas do departamento da propina no exterior.
Na delação, além de assumirem a sociedade com Vanuê Faria, executivos da Odebrecht vão contar como utilizaram empresas dos donos da cervejaria Itaipava para distribuir dinheiro a políticos por meio de doações eleitorais e entregas de dinheiro vivo.
Entre os que participaram das negociações com integrantes da família Faria e entregaram informações sobre o esquema estão Benedicto Júnior, o BJ, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, e Luiz Eduardo Soares, o Luizinho, funcionário do Setor de Operações Estruturadas, o departamento da propina.
Durante as negociações, Luizinho prometeu contar como a Odebrecht injetou cerca de R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil disponível para campanhas eleitorais e pagamento de propina para agentes públicos.
No caso das doações, depois de compensada com pagamentos no exterior, em especial na conta Legacy no AOB, o Grupo Petrópolis utilizava algumas de suas empresas para efetuar os repasses para campanha de políticos por ordem da Odebrecht. Ao menos duas empresas, segundo Luizinho, a Praiamar e Leyros Caxias, teriam sido utilizadas para escoar o dinheiro do departamento de propina para campanhas nas eleições de 2010 e 2012.
Os delatores prometeram entregar aos investigadores planilhas das contribuições eleitorais executadas pelo Grupo Petrópolis e os documentos relacionados ao controle da movimentação real/dólar entre as contas das empresas. As informações são do Estadão.
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É diretor da Sucursal de Brasília. Foi correspondente na Europa, baseado em Londres, de 2013 a 2015. É vencedor de dois Prêmios Esso e de um Prêmio Folha de Jornalismo. Escreve aos sábados.Com transferência a presídio, cresce hipótese de delação de Cunha em 2017
Associated Press
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso pela
Operação Lava Jato
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17/12/2016 02h00
BRASÍLIA - Atordoados com a delação
premiada da Odebrecht, o presidente Michel Temer e assessores deveriam se
preocupar também com Eduardo Cunha, um antigo aliado e companheiro de
tratativas sigilosas com executivos da empreiteira.
Pessoas próximas do ex-deputado veem na decisão do juiz Sergio Moro de transferir
Cunha da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para uma
penitenciária comum um fator de pressão psicológica para que ele tope delatar,
hipótese considerada remota até poucos dias atrás. Sua defesa foi contra a
remoção. Pediu que ele ficasse até fevereiro na PF.
Aos raros aliados que lhe restam, Cunha sinalizou que, no caso de ir
para um presídio, em condições espartanas e regras de visita rígidas, as
chances de negociar delação crescem. Sobretudo porque se esgotam as tentativas
de soltura — o STJ negou nesta sexta (16) habeas corpus.
Nas palavras de um amigo, o cálculo do peemedebista é de curto prazo, de
semanas, porque o ex-deputado avalia que seu poder de fogo depende da força do
governo de Michel Temer: quando mais fraco estiver, menos peso terá uma delação.
Temer vive hoje o pior momento no Planalto desde que assumiu. Anunciou
um catado de medidas microeconômicas até relevantes, mas que estão longe de
tirar o país da recessão. Sua popularidade despenca
ladeira abaixo, segundo pesquisas.
A possibilidade de Cunha implicá-lo na Lava Jato em 2017 deve causar
temor de iguais proporções das delações da Odebrecht já reveladas.
Reportagem de
Marina Dias e Bela Megale, na Folha, mostrou, por exemplo, o que estava por trás da pergunta de
número 34 das 41 que Cunha fizera ao presidente, arrolado como sua testemunha
de defesa.
Cunha mandou recado, expondo reunião com Temer, um
lobista e um ex-executivo da Odebrecht. Em um presídio, poderá transformar mais
perguntas em relatos de supostas participações do presidente e de aliados em
outros episódios nebulosos.
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