Maurício Rummens/Fotoarena/Folhapress
|
||
Alckmin durante anúncio de empréstimo de bombas
para combater a seca na Paraíba e em Pernambuco
|
THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
26/12/2016 16h05
Possível candidato a presidente em 2018, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez novo gesto político ao emprestar bombas do sistema
Cantareira para mitigar a seca no Nordeste.
Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, nesta
segunda-feira (26), o tucano assinou termo de cessão dos equipamentos para a
Paraíba e Pernambuco, com discurso nacionalizado.
"É uma oportunidade de retribuirmos aos
nordestinos, que tanto que contribuíram para o desenvolvimento de São
Paulo", discursou. "O Brasil é um país muito grande, continental. Não
podemos ser unitários. Nós temos de fortalecer a federação."
Pernambuco e Paraíba são comandados pelo PSB, sigla
do vice de Alckmin, Márcio França, e que cobiça a sua filiação para lançá-lo
candidato a presidente.
A jornalistas, o tucano disse que o convênio
"não tem nenhuma relação" com a questão eleitoral. "Se os
governadores fossem do PT, do PP, de qualquer partido, nós iríamos colaborar do
mesmo jeito", respondeu Alckmin.
Representando o governador de Pernambuco, o
presidente da companhia de saneamento do Estado, Roberto Tavares, fez menção
velada a seu projeto nacional.
"Quem sabe, no futuro, [Alckmin] possa
enfrentar mais de perto esses problemas", disse. Alckmin, que sorria, não
alterou o semblante.
ÁGUA
O empréstimo de bombas do Cantareira se soma a
outras agendas nacionais recentes de Alckmin como a realização de testes em
Pernambuco da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan e o
envio de policiais paulistas para atuar na Olimpíada no Rio.
A questão da água é particularmente sensível para o
governador. Uma das piores crises de seu governo, que fez sua popularidade à
época desabar, deu-se há dois anos, diante da maior falta de água na história
do Estado.
Na cerimônia desta segunda, Alckmin tratou do
assunto como superado e listou as iniciativas da gestão para combater o
problema. "Nós fizemos, em São Paulo, um grande trabalho de uso racional
da água, mudou a cultura", declarou.
"Nós acabamos, até por força da dificuldade,
adquirindo uma grande expertise e tecnologia, equipamentos para superar esse
período de adversidade e, graças a Deus, não estamos usando mais."
O empréstimo dos equipamentos aos Estados
nordestinos, por 120 dias renováveis, teria potencial de beneficiar quase 2,5
milhões de pessoas, embora apenas 1 milhão viva na região.
Segundo o governo paulista, a medida, orçada em R$
8,26 milhões, não terá custo aos beneficiados.
O tucano defendeu a obra de transposição do rio São
Francisco, afetada pela crise federal e pela seca -que atinge o
Nordeste há cinco anos, com prejuízos econômicos e sociais.
TEMER
Alckmin trava uma disputa interna no PSDB para
viabilizar a sua candidatura a presidente, em 2018.
O senador Aécio Neves (MG), que foi reconduzido por
um ano na presidência do partido e também pleiteia o posto de presidenciável,
tem defendido publicamente o apoio tucano ao presidente Michel Temer (PMDB), em
meio a crises que atingem o governo federal.
Até então visto como moderado no apoio ao presidente, Alckmin fez atos
públicos e conversas privadas com Temer nos últimos dias.
No anúncio, o governador voltou a minimizar
eventuais diferenças. Na presença do ministro Helder Barbalho (Integração
Nacional), ele celebrou a "ótima parceria com o governo federal do
presidente [Michel] Temer".
Nenhum comentário:
Postar um comentário