terça-feira, 6 de dezembro de 2016

No momento o assunto político é Renan. Até quando?


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Renan Calheiros recorre da decisão que o afastou da presidência do Senado

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recorreu nesta terça-feira (6) da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello que o afastou da presidência do Senado no final da tarde de ontem. O recurso ao STF foi apresentado por meio da advocacia do Senado.

A defesa de Renan argumenta que, em primeiro lugar, o processo penal contra o presidente do Senado necessitaria de autorização de 2/3 dos deputados (processo semelhante ao do afastamento do presidente da República). Só então, Calheiros poderia ser afastado com base no argumento de que réus no Supremo não poderiam ocupar a linha de substituição do presidente da República.

Renan se tornou réu por peculato (desvio de dinheiro público) no dia 1º de dezembro. Ele é acusado de usar parte de sua verba parlamentar, à que todo senador tem direito para pagar por atividades do mandato, para pagar a pensão alimentícia de uma filha. O desvio teria ocorrido, segundo a denúncia, por meio da simulação do aluguel de carros para o gabinete do senador.

Recurso

Segundo o recurso, a decisão do ministro Marco Aurélio violaria os princípios do "devido processo legal e da separação de poderes". Segundo o documento, a decisão do STF violaria "os pontos cardeais do Estado de Direito: 1) o princípio da legalidade; 2) o princípio do devido processo legal; 3) o princípio da Separação dos Poderes; 4) o princípio da inafastabilidade da jurisdição".

O texto ainda acrescenta: "caso se admita essa excrecência, o raciocínio lógico e ao princípio de justiça vão obrigar que se aplique a analogia por inteiro. Na espécie, só se poderia admitir denúncia contra quem estiver na linha sucessória do Presidente da República mediante prévia autorização de dois terços dos membros da Câmara dos Deputados".

Seu afastamento ainda poderia provocar  "prejuízo" ao "equilíbrio institucional", segundo o texto do recurso, e ameaçar a votação de projetos importantes, como a PEC do Teto de Gastos, que congela os gastos do governo pelos próximos 20 anos.

Afastamento

A decisão do ministro Marco Aurélio atendeu a ação movida pelo partido Rede Sustentabilidade. O argumento foi o de que Renan não poderia permanecer na linha de substituição do presidente da República sendo réu em processo criminal.

"Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do mandato de senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência que o caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da lei, a esta decisão. Publiquem", escreveu o ministro em sua decisão.

Noticias sobre Renan

- Renan será notificado hoje pelo STF sobre afastamento ( Veja.com)

-Senado deve entrar com recurso contra afastamento de Renan (O Globo)

-Saida de Renan faz PEC dos gastos cair no colo de petista (EL País)

 

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