Polícia pede prisão de viúva do embaixador
grego
Investigadores afirmam que
esposa, um policial militar e mais duas pessoas são suspeitas de envolvimento
no assassinato do diplomata. Polícia confirma que corpo encontrado em carro
incinerado é do embaixador.
© picture-alliance/dpa/B. Barata Presidency of Brazil Botschafter
Kyriakos Amiridis im Mai in Brasilia
A polícia suspeita do
envolvimento da esposa e de um policial militar com quem ela teria um caso
amoroso no assassinato do embaixador da Grécia no Brasil, segundo informações
divulgadas nesta sexta-feira (30/12) pela TV Globo, que cita policiais.
O embaixador da Grécia, Kyriakos
Amiridis, 59 anos, estava desaparecido desde segunda-feira à noite. A esposa
dele, a brasileira Françoise, comunicou a ausência dele à polícia nesta
quarta-feira.
Nesta sexta-feira, a polícia
confirmou que o corpo que estava dentro de um veículo incendiado encontrado
embaixo de um viaduto do Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu (RJ), é de
Amiridis.
Os investigadores pediram a
prisão da mulher do embaixador, do policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho,
que teria confessado o crime, e de mais duas pessoas. A principal hipótese da
investigações é de crime passional. Os dois outros suspeitos não tiveram seus
nomes divulgados.
A polícia disse à TV Globo
acreditar que os dois organizaram e, possivelmente, executaram o assassinato de
Amiridis dentro da casa do diplomata em Nova Iguaçu.
O investigador de polícia Giniton
Lages afirmou à agência de notícias AP que manchas de sangue, possivelmente da
vítima, foram encontradas num sofá dentro da casa. Lages afirmou que autoridades
acreditam que o corpo do embaixador foi levado da casa ao carro que ele
alugara.
O diplomata, que foi cônsul da
Grécia no Rio de Janeiro entre os anos de 2001 e 2004 e assumiu como embaixador
em Brasília no início deste ano, passava em Nova Iguaçu suas férias de fim de
ano. Ele iniciou sua carreira diplomática em 1985 e foi titular na Líbia entre
os anos 2012 e 2016, antes de assumir como embaixador em Brasília.
MD/rtr/ap/ots
PODER
Da cadeia, Cunha reclama
de desunião do centrão em disputa na Câmara
DANIEL CARVALHO
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
30/12/2016 13h01 -
Atualizado às 17h39
Preso há pouco mais
de dois meses em Curitiba (PR), o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criticou,
segundo um aliado, a falta de unidade do centrão —grupo de deputados que
orbitava em seu entorno— na disputa
pela presidência da Câmara.
O ex-presidente da
Câmara, cassado por seus colegas e alvo da Operação Lava Jato, relatou seu
descontentamento ao deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que fez uma visita a
Cunha, na manha desta sexta-feira (30), no Complexo Médico Penal, em Pinhais,
na região metropolitana da capital paranaense.
Os dois conversaram
por cerca de meia hora em um parlatório, por interfone, separados por uma placa
de vidro. Marun usou da prerrogativa de ser advogado para entrar no presídio
sem a necessidade de uma licença prévia.
Eles falaram sobre a
disputa entre o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se
tornou desafeto de Cunha, e dos candidatos do centrão, Rogério Rosso (PSD-DF) e
Jovair Arantes (PTB-GO).
"Coloquei para
ele que Rodrigo era uma candidatura forte. Ele disse que era burrada do centrão
não estar unido, mas não expressou brabeza com Rodrigo", disse Marun à Folha.
Marun disse que
Cunha, habituado a sempre usar paletó e gravata, trajava uma camiseta branca e
uma calça de moletom. Afirmou que o ex-deputado estava "triste, mas não
desesperado" e "revoltado" com sua prisão.
Segundo Carlos Marun,
Cunha estava bem informado sobre as questões da política nacional, mas não fez
comentários sobre o governo de Michel Temer. Perguntou sobre a bancada do PMDB
e disse que não sabia que o deputado Baleia Rossi (SP) havia sido reconduzido à
liderança do
partido na Câmara.
"Da meia hora
que conversamos, cerca de 20 minutos foram falando sobre a defesa dele, sobre
pedidos de relaxamento de prisão. Ele reclama de sua situação jurídica, da
aceitação das prisões preventivas e da dificuldade de ter para quem
reclamar", disse Marun após a visita.
Marun afirmou ainda
que Cunha não disse claramente se faria ou não delação premiada.
"Mas falou que, ali, naquele lugar onde ele está [Complexo Médico Penal],
ficam as pessoas que não vão fazer delação. São pessoas que saem do centro dos acontecimentos,
a carceragem da Polícia Federal", disse Marun.
Cunha foi transferido
da carceragem da PF para o presídio no dia 19 de dezembro. A decisão de
transferência foi da Justiça Federal do Paraná. De acordo com o juiz federal
Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, o
espaço na PF é limitado.
No Complexo Médico
Penal estão outros políticos envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras,
como o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado André Vargas.
Carlos Marun deixou no presídio, de presente de Natal para Cunha, o
livro "Ditadura Acabada", quinto volume da série do jornalista Elio
Gaspari sobre o regime militar.
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