Investigações funcionando e punição para políticos independente de cor partidária. Bom sinal os paneleiros voltaram.
Senado rejeita manobra de Renan para votar
lei anticorrupção
Marceloribeirosilva
12 horas atrás
Brasília/São Paulo – Com 44 votos, o Senado rejeitou nesta quarta-feira
manobra regimental para votar o texto que desfigurou o pacote anticorrupção em
regime de urgência.
O documento foi assinado por líderes do PMDB, PTC e PSD da Casa com a
benção do presidente do Senado, Renan Calheiros. Objetivo era votar o texto
aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada de hoje sem análise de comissões
especiais.
A medida foi tomada horas depois que os procuradores da Lava Jato
ameaçaram renunciar às investigações caso o trecho que versa sobre abuso de
autoridade fosse sancionado pela Presidência.
Eles se referem à emenda apresentada pelo líder do PDT na Câmara,
Weverton Rocha, ao projeto de lei com medidas contra a corrupção. Segundo o
texto, juízes e membros do Ministério Público podem responder por crimes de
abuso de autoridade, caso atuem segundo motivação político-partidária ou
concedam entrevistas sobre processos pendentes de julgamento.
Mais cedo, Renan disse que o trâmite do projeto de lei seria normal, mas
mudou de ideia após coletiva da Lava Jato. Vale lembrar que o presidente do
Senado é um dos investigados da operação.
Durante a sessão, vários senadores protestaram contra a medida. Os
senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Cristovam Buarque (PPS-DF) chegaram
a acusar presidente da Casa de cometer abuso de autoridade ao impor
a proposta. A decisão foi comemorada pelos senadores. Veja o momento em que
Renan anunciou a derrota da proposta:
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que a decisão de hoje não
significa que o Senado irá rejeitar o texto aprovado na Câmara no futuro.
Segundo ele, a rejeição à manobra significa apenas que o Senado não aceitou a
quebra de um rito. “Uma simples Medida Provisória não é votada se não
chegar com a antecedência de três sessões, imagine uma matéria da importância
dessa, onde mais de 2 milhões de brasileiros assinaram, vai ser votada às 4h da
manhã e ser votada às 4h da tarde?”, disse.
Já o senador Ricardo Ferraço afirma que acredita que erros da Câmara não
passarão no Senado. “Derrotamos essa proposta não apenas na urgência como creio
eu que aqui no Senado estaremos corrigindo toda deformação praticada na Câmara
dos Deputados até porque subtrai a alma e o espírito das 10 medidas
contra a corrupção”, disse para jornalistas.
Para jornalistas, o presidente do Senado negou que
tenha feito uma retaliação aos procuradores da Lava Jato.
Nenhum
senador do PSDB votou a favor da manobra para acelerar a votação do pacote
anticorrupção no Senado. O resultado da votação, entretanto, disfarça os
acordos costurados ao longo da tarde dessa quarta-feira, 30. Interlocutores que
participaram das reuniões garantem: Aécio Neves (MG) foi o primeiro a articular
a urgência da votação e o PSDB prometeu votos no requerimento, mas não cumpriu.
Presidente
do PSDB, Aécio trabalhou ao longo da tarde para costurar o acordo, que foi
fechado com lideranças do PMDB, PT, PSD, PP e PTC. O tucano foi o principal
articulador do pedido de urgência, afirmam fontes. Se fosse aprovado o
requerimento, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que é relator do abuso de
autoridade, assumiria também o pacote anticorrupção para apresentar parecer
favorável a todas as modificações feitas na Câmara. De acordo com o Ministério
Público, o projeto foi desvirtuado pelos deputados.
Na noite desta quarta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conduziu a manobra. O peemedebista, que não costuma perder votações e, quando observa clima desfavorável, prefere suspendê-las, acabou derrotado por 44 votos a 14.
À primeira vista, Renan pareceu sozinho em sua articulação. Mas, na realidade, líderes que participaram do acordo acabaram desistindo diante da reação do plenário. Renan insistiu na votação porque confiou no acordo firmado mais cedo. Senadores que estiveram no jantar natalino na casa de Eunício Oliveira (PMDB-CE) após a votação relataram que houve constrangimento entre aqueles que prometeram o voto, mas não entregaram.
Fonte:bahiaeconomica
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