sábado, 9 de março de 2013

Mercado imobiliário aposta em Itaparica com expansão

Fábio Bittencourt
 Fernando Amorim
Ag. A TARDE

Dono de pousada, Antônio Carlos Pereira diz que faltaram investimentos para desenvolver a ilha

.O movimento ainda é tímido mas, enquanto a ponte não sai, novos investimentos começam, aos poucos, a aportar na Ilha de Itaparica - em particular na área imobiliária. Prova disso é que, nos próximos oito anos, cerca de R$ 100 milhões serão aplicados na construção do empreendimento Viver Bem Itaparica, um condomínio fechado e localizado a 10 minutos do Terminal Marítimo de Bom Despacho.


Projeto da incorporadora carioca NPAR, a previsão é de que sejam construídas cerca de 1.160 unidades residenciais, entre casas duplex (55 m²) e apartamentos (48 m²). Ao todo serão quatro etapas residenciais e uma comercial e a expectativa é que sejam entregues em até 30 meses.

Os imóveis, a partir de R$ 125 mil, podem ser financiados pela Caixa Econômica Federal e conta com subsídios de até R$ 17 mil do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).


Itaparica pode ganhar até 60 mil novos imóveis com ponte



"A ilha é um novo vetor de crescimento, no Estado. Com relação a distância, atualmente, o trânsito em Salvador faz com que o trabalhador perca, em média, até seis horas para se deslocar de casa para o trabalho e vice-versa. O Viver Bem Itaparica é a possibilidade de uma moradia de qualidade, e a apenas 50 minutos do centro da capital", aposta o presidente da NPAR, Marcos Freire.

Para o secretário Estadual do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, um dos trunfos de se construir a ponte é permitir que se implante um projeto de urbanização planejado na ilha.

"O objetivo é garantir uma expansão regular, a preservação ambiental e barrar a especulação imobiliária de áreas ainda não ocupadas, que correspondem a 20% do território".

"A ponte será uma linha expressa que irá beneficiar todo o baixo sul do Estado. Este verão já foi melhor do que o que passou", diz otimista o corretor Marlúcio Pereira, há 30 anos radicado em Mar Grande.

Dias melhores - Sonho antigo da maioria dos baianos, a ponte ligando Salvador a Itaparica foi reeditada e anunciada pelo governo do Estado em 2011. De lá para cá, é verdade, o projeto levou um tempo "adormecido" e voltou agora com toda a força.

Com extensão de 11,7 km e investimento de cerca de R$ 7 bilhões, o projeto é a esperança de dias melhores para moradores como o dono de pousada e chef de cozinha paulista, Antônio Carlos Pereira, que mudou para "um paraíso chamado Mar Grande", em 1980, mas que hoje vive em "um lugar esquecido pelo poder público".

Ao mesmo tempo em que faz queixa do crescimento desordenado, Pereira lembra com saudade da época em que a sua pousada (uma fazenda de manga), há cerca de 300 metros do mar, era a única construção até se chegar à praia.



"Infelizmente, o que aconteceu foi que a ilha deixou de ter os investimentos e o planejamento para que pudesse ter chegado a um nível de desenvolvimento turístico de destaque, no cenário nacional. Hoje, se constrói um prédio de até cinco andares, em frente à prefeitura", ele chama a atenção.



Um dos corretores de imóveis mais antigos em atuação na região (desde 1975), natural de Marília, no interior de São Paulo, João Ebner afirma que a ilha tem jeito, mas que será preciso antes "grandes investimentos em infraestrutura".



"Tem gente acreditando, tem outros que não. O metrô, em Salvador, não saiu. Mas além da ponte, Itaparica precisa de escolas de qualidade, postos de saúde e hospitais, e até mesmo dispor de uma rede hoteleira que atraia mais turistas", destaca Ebner, 59 anos.



Ele conta que a ilha tem "inúmeras" casas postas à venda e aponta uma dificuldade em comercializá-las: a grande maioria (de até R$ 150 mil) não possui escritura e não pode contar com financiamento bancário.

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