Os impactos da implantação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) e da ponte Salvador-Itaparica, no recôncavo baiano, foram os temas do encontro desta quarta-feira (6), entre o secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, com o deputado estadual, Zé Neto, e os prefeitos e representantes dos municípios de Nazaré, Aratuipe, Jaguaripe, Muniz Ferreira e Salinas das Margaridas.
Na oportunidade, os representantes das prefeituras pediram apoio ao Governo do Estado para a instalação do Pólo Industrial do Recôncavo Baiano, empreendimento que dará suporte ao EEP, em uma área de aproximadamente 8 milhões de metros quadrados, localizada no município de Nazaré. Segundo eles, a área reúne uma série de características que favorecem a implantação do empreendimento, dentre elas, a proximidade do estaleiro, rodovias e uma rede de gasodutos.
Outro aspecto discutido na reunião diz respeito ao crescimento demográfico do recôncavo baiano a partir da concretização dos empreendimentos, considerando o novo vetor de crescimento da cidade de Salvador a partir da construção da ponte, além da população que residirá no entorno do funcionamento do estaleiro e do futuro polo industrial.
De acordo com Gabrielli, o estado apóia e estimula o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores para atender as necessidades dos empreendimentos. “O Governo do Estado tem todo o interesse em internalizar os efeitos do estaleiro e viabilizar a criação da cadeia produtiva na Bahia. Essa, sem dúvida, é uma prioridade”, afirma Gabrielli.
O titular da pasta do Planejamento lembrou ainda que o Estado, por meio da Seplan, dará o suporte necessário para que as prefeituras elaborem o Plano Plurianual Municipal (PPA-M) e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). “Ambos são instrumentos essenciais de planejamento e devem ter tratamento especial por parte dos municípios, visto que, só assim, absorverão da melhor forma o impacto desses empreendimentos”, ressaltou.
Como encaminhamento, técnicos da Seplan e das prefeituras envolvidas se reunirão para criar um plano de trabalho a fim de lidar com os impactos gerados pelos projetos.
PONTE
No primeiro trimestre de 2014 será lançado o edital para concessão da ponte Salvador-Itaparica. Para tanto, o Governo do Estado, por meio da Seplan, elaborou um cronograma de ações para este ano, que inclui a publicação de editais para contratação de estudos de engenharia e de impactos ambientais, masterplan urbanístico, bem como um plano de atração de indústrias aliado a uma estratégia de desenvolvimento social.
A ponte Salvador-Itaparica é parte de um projeto indutor de desenvolvimento econômico e social, que é o Sistema Viário Oeste (SVO), cujo objetivo é criar um novo dinamismo no eixo litorâneo sul, permitindo o surgimento de um novo polo industrial e logístico na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ancorado por investimentos já em curso (estaleiros em São Roque do Paraguaçu) ou projetados (nova retroárea do porto de Salvador).
ESTALEIRO
Construído a partir de um consórcio formado pela empresas baianas Odebrecht e OAS, a carioca UTC e a japonesa Kawasaki, o EEP é voltado para construção e integração de unidades offshore, como plataformas, navios especializados e unidades de perfuração.
O estaleiro, que deve iniciar suas operações em 2014, ficará localizado na Foz do Rio Paraguaçu, no município de Maragogipe. Considerado um dos maiores do setor no país, o empreendimento ocupará uma área de cerca de 1,6 milhão de metros quadrados, dos quais 400 mil serão destinados à preservação ambiental. Os investimentos no estaleiro são da ordem de R$ 2 bilhões e sua carteira de contratos inclui clientes como Petrobras e Sete Brasil.
Quando estiver operando a plena capacidade, o estaleiro poderá processar até 36 mil toneladas de aço por ano, construindo navios de altíssima especialização, como sondas de perfuração e FPSOs, que poderão ser fabricadas simultaneamente.
SEPLAN
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