IGOR GIELOWDIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de anos de negociação, foi publicada ontem no "Diário Oficial da União" portaria que abre oficialmente a compra de novos sistemas de defesa antiaérea para o Brasil.
As conversas ocorrem desde 2009, quando foram reveladas pela Folha.
Foram escolhidos para a compra dois modelos russos: o Igla, portátil, para uso
contra alvos em baixa altitude (até 3,5 km), e o Pantsir-S1, para uso em média
altitude (até 15 km).
O Igla já é utilizado pelas Forças Armadas brasileiras. O Pantsir-S1, por sua
vez, é uma inovação que começará a lidar com aquele que é dos maiores problemas
militares do país: a inexistente defesa antiaérea moderna.
O Pantsir é um modelo desenvolvido após o fim da União Soviética, e começou a
ser produzido em 2003. É usado na Rússia e já foi exportado para cinco países
--inclusive a Síria de Bashar al-Assad, que comprou um número indeterminado,
estimado em 50 baterias.
No caso brasileiro, o governo autorizou negociar a compra de três baterias. O
custo unitário difere de negócio a negócio, mas é estimado em cerca de US$ 15
milhões (aproximadamente R$ 35 milhões).
A portaria da Defesa dá prioridade ao Pantsir-S1 na compra, mas não cita
valores. A necessidade de defesa para estádios da Copa não é citada como motivo
na portaria da Defesa, não menos porque serão 12 sedes do torneio.
Também determina que deverá haver transferência tecnológica e nacionalização,
dentro do possível, de componentes.
Também foi estipulada a compra de três centros de controle e alerta
antecipado para operar as baterias. A portaria fala que eles deverão ser
nacionais, o que coloca a Odebrecht Defesa (que tem relacionamento estreito com
os russos) e a Embraer Defesa (que comprou a empresa Orbisat, especializada
nesses sistemas) como prováveis fornecedoras.
A Embraer Defesa já foi escolhida pelo Exército para trabalhar no Sisfron, o
sistema de monitoramento de fronteiras, que ainda está em desenvolvimento
Folha de São Paulo
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