sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Governo abre negociação para baterias antiaéreas russas

 IGOR GIELOWDIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de anos de negociação, foi publicada ontem no "Diário Oficial da União" portaria que abre oficialmente a compra de novos sistemas de defesa antiaérea para o Brasil.
As conversas ocorrem desde 2009, quando foram reveladas pela Folha. Foram escolhidos para a compra dois modelos russos: o Igla, portátil, para uso contra alvos em baixa altitude (até 3,5 km), e o Pantsir-S1, para uso em média altitude (até 15 km).

O Igla já é utilizado pelas Forças Armadas brasileiras. O Pantsir-S1, por sua vez, é uma inovação que começará a lidar com aquele que é dos maiores problemas militares do país: a inexistente defesa antiaérea moderna.

O Pantsir é um modelo desenvolvido após o fim da União Soviética, e começou a ser produzido em 2003. É usado na Rússia e já foi exportado para cinco países --inclusive a Síria de Bashar al-Assad, que comprou um número indeterminado, estimado em 50 baterias.

No caso brasileiro, o governo autorizou negociar a compra de três baterias. O custo unitário difere de negócio a negócio, mas é estimado em cerca de US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 35 milhões).

A portaria da Defesa dá prioridade ao Pantsir-S1 na compra, mas não cita valores. A necessidade de defesa para estádios da Copa não é citada como motivo na portaria da Defesa, não menos porque serão 12 sedes do torneio.

Também determina que deverá haver transferência tecnológica e nacionalização, dentro do possível, de componentes.
Também foi estipulada a compra de três centros de controle e alerta antecipado para operar as baterias. A portaria fala que eles deverão ser nacionais, o que coloca a Odebrecht Defesa (que tem relacionamento estreito com os russos) e a Embraer Defesa (que comprou a empresa Orbisat, especializada nesses sistemas) como prováveis fornecedoras.


A Embraer Defesa já foi escolhida pelo Exército para trabalhar no Sisfron, o sistema de monitoramento de fronteiras, que ainda está em desenvolvimento
Folha de São Paulo

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