“Vou enviar o documento ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual, para que eles examinem as questões que lá estão, apontado para apropriação indébita e ainda outras atitudes que indicam a possibilidade de gestão temerária e/ou fraudulenta", completou o presidente do Bahia, prometendo levar suas ações às últimas consequências.
Enquanto isso, o técnico Cristóvão Borges não escondeu sua ansiedade com relação a vinda dos reforços: “Estamos conversando desde minha volta do jogo no Rio, contra o Fluminense. Estamos conversando todos os dias. Mas existe uma dificuldade muito grande. Já passamos da metade da temporada. Ficam mais restritas as opções de contratações. Mas acredito que há possibilidade de logo anunciarmos alguns nomes”, completou o treinador.
Dívida do clube pode dobrar até final do ano
A “caixa preta” da auditoria contratada pelo interventor Carlos Rátis nas contas do Bahia que foi judicialmente aberta revelou uma situação crítica nas finanças do clube baiano. A auditoria, no entanto, apenas começou. A Assessoria de imprensa do Bahia informou que o resultado dos documentos é apenas uma preliminar e que a auditoria continua no clube. O presidente eleito, no último sábado, Fernando Schmidt, avisou que as investigações irão até o final, para que todas as providências possam ser tomadas. “Não vamos nos conformar em simplesmente ver isso divulgado e providência nenhuma ser tomada. Vamos às últimas consequências”, afirmou Schmidt.
A dívida inicial é de R$ 83 milhões, mas que pode chegar aos R$ 132,9 milhões num valor projetado pela auditoria em função de débitos que precisam ser ajustados e valores que ainda não foram registrados contabilmente. O relatório da auditoria da Performance foi obtido pelo advogado Fernando Santos, que pediu vistas do processo despachado pelo juiz Paulo Albiani, após o interventor Carlos Rátis fazer a entrega no Tribunal de Justiça da Bahia
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O Bahia acumula um endividamento global de R$ 83.283.385 no relatório referente às contas de 1º de janeiro de 2012 até 30 de junho de 2013, período do segundo mandato de Marcelo Guimarães Filho como presidente. Ele foi destituído do cargo no dia 9 de julho, mas a auditoria aponta que cerca de R$ 20 milhões da dívida de mais de R$ 80 milhões foram contraído nos últimos seis meses de gestão do ex-presidente. De acordo com os documentos, se o Bahia vendesse tudo que tem hoje, imóveis, direitos federativos de todos seus jogadores, mobília entre outros, e antecipasse todo dinheiro que ainda tem para receber, ainda assim ficaria devendo R$ 83 milhões.
Problemas financeiros ganham destaque
As dívidas do Esporte Clube Bahia foram o assunto mais comentado do dia dessa quinta-feira (12/9) nos programas esportivos. A conta ultrapassa os R$83 milhões, valor revelado pela auditoria realizada durante os dois meses no qual o clube estava sob intervenção ganhou grande repercussão nacional, sobretudo nas redes sociais. Os torcedores, indignados, utilizaram os perfis do Facebook, Twiter e comentários em matérias para desabafar e mostrar a revolta contra a ex-gestão do clube. “Aumenta a revolta da torcida do Bahia! O clube caminhava a largos passos para o abismo. A recuperação certamente será lenta e dolorosa, mas necessária”, disse, confiante o torcedor Fernando Dourado.
“E esse período de auditoria foi muito curto, imaginem o que aconteceu a pelo menos de 1997 para cá”, comentou o torcedor Paulo Everton Alves.
Os principais pontos negativos constatados na auditoria foram:
• Adiantamento com a Rede Globo de R$ 40 milhões, relativos aos bônus de contratos de direitos de transmissão. Comprometimento de mais R$ 7,7 milhões das cotas de TV como garantia para liquidar empréstimos com os bancos Safra, BMG, BVC e Itaú.
• Negociações com valores altíssimos envolvendo empresas de propriedade de Marcelo Guimarães (pai do ex-presidente Marcelinho), assessores diretos do ex-gestor MGF e funcionários do clube.
• O Bahia pagou o imposto de renda do funcionário Sérgio Bezerra, conhecido como Kabrocha, em maio de 2012. O valor foi de R$ 3.652,29 e não foi detectada a devolução do dinheiro.
• O auxiliar de escritório Fernando Góes recebeu um cheque nominal de R$ 10 mil, emitido como adiantamento concedido por Maurício Carvalho (então coordenador financeiro do Bahia). O cheque foi devolvido no mesmo dia ao próprio Maurício Carvalho, sendo usado para pagamento do empréstimo da empresa Consultiva.
• A mesma empresa Consultiva aparece como beneficiária do repasse de parte de uma dívida de crédito do Bahia com a empresa Protector Segurança e Vigilância (de propriedade de Marcelo Guimarães, pai do ex-presidente Marcelo Filho). A Protector fez um empréstimo ao Bahia de R$ 200 mil, em 2000. Hoje, a dívida já chega a R$ 3,2 milhões, por conta dos juros anuais cobrados.
Publicação:Tribuna da Bahia
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