terça-feira, 15 de outubro de 2013

Publicação do site da sicm


Braskem e Styrolution terão fábrica no Brasil

Unidade será a única fábrica da América do Sul de ABS, produto usado nas indústrias automobilística e de eletroeletrônicos

A Braskem e a alemã Styrolution, joint venture entre as gigantes Basf e Ineos que é a maior fornecedora global de estireno, poderão construir no Brasil a única fábrica da América do Sul de ABS (copolímero de acrilonitrila butadieno estireno), usado nas indústrias automobilística e de eletroeletrônicos.
As companhias não informam o investimento estimado, porém, no mercado, a avaliação é a de que o aporte necessário gire entre US$ 190 milhões e US$ 200 milhões.
O foco da operação será, prioritariamente, o Brasil. Desde 2006, o mercado nacional é integralmente atendido por importações, sobretudo a partir da Ásia.
Naquele ano, a Lanxess fechou sua fábrica de ABS no país, em razão da escala relativamente pequena e do alto custo de produção. A Nitriflex também deixou de operar uma unidade no Brasil, depois de uma tentativa de retomada de produção, em 2005, que foi frustrada pela acirrada concorrência asiática.
"Esse é um projeto importante para o país, que volta a ter produção local, além de melhorar a balança comercial", disse a diretora comercial de Petroquímicos Básicos da Braskem, Isabel Figueiredo.
As potenciais sócias anunciaram ontem a assinatura de um memorando de entendimento com vistas à constituição de uma joint venture no Brasil, que poderá resultar na implantação da fábrica de resinas estirênicas, com capacidade para 100 mil toneladas por ano.
Enquanto a Styrolution, que terá participação de 70% na futura joint venture, contribuirá com sua "expertise no desenvolvimento e produção de estirênicos", a Braskem, que ficará com os 30% restantes, "deverá prover infraestrutura da cadeia de fornecimento e o local para" a fábrica.
De acordo com Isabel, o local onde pode ser instalada a fábrica da joint venture deve ser definido até o fim desta semana - a Braskem vai fornecer o butadieno usado no processo.
A previsão é a início de construção em 2015, "com a produção provavelmente em 2017". Já o estudo de viabilidade, que definirá o investimento, deve ser concluído entre junho e julho do próximo ano. Antes disso, disse a diretora, não é possível falar em valor de investimento.
"A joint venture somente será constituída após a conclusão desses estudos. Neste momento, preferimos não falar em números", afirmou. O modelo de financiamento do projeto também será definido a partir do estudo de viabilidade, mas o tamanho do aporte que caberá a cada sócia obedecerá às respectivas participações na joint venture.
Hoje, segundo a diretora da Braskem, o mercado brasileiro absorve cerca de 80 mil toneladas por ano de ABS. Outras 20 mil toneladas são consumidas nos demais países da América do Sul, totalizando cerca de 100 mil toneladas de consumo anual na região. "Esse é um mercado que cresceu, até 2008, a taxas superiores a 10% ao ano", contou. "Agora, esperamos crescimento mais moderado, mais compatível com o PIB."
A futura unidade será voltada também à produção de SAN (estireno-acrilonitrila) e polibutadieno, usados na fabricação de ABS, que já é considerado um plástico de engenharia. Normalmente, os preços internacionais desse copolímero são superiores aos do polietileno e do polipropileno, também produzidos pela Braskem.
Num primeiro momento, 30% da produção de ABS deverá ser exportada a outros países sul-americanos, percentual que cairá ao longo do tempo diante da expansão da demanda brasileira, disse Isabel.
"Nos últimos anos, o Brasil observou um forte crescimento dos setores de eletrodomésticos e automotivos, ambos clientes-chave para as especialidades estirênicas que a joint venture deverá produzir", informaram Braskem e Styrolution em comunicado.


Fonte: Valor Econômico

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