Durante o seminário “Um Novo Olhar para o Recôncavo Baiano”, realizado hoje (4) na Câmara Municipal de Cruz das Almas, o secretário do Planejamento do estado da Bahia, José Sergio Gabrielli, destacou que a criação de um novo eixo viário ligando Salvador ao Recôncavo Sul vai fomentar a reconfiguração urbana e o desenvolvimento regional em uma área que abrange 4,4 milhões de habitantes, afetando diretamente 800 mil pessoas.
Ao fazer uma retrospectiva histórica do desenvolvimento econômico e social da Bahia, com ênfase no Recôncavo, o secretário lembrou o período de estagnação ocorrido entre 1920 e 1950. Na década de 1950, entretanto, diz ele, três fatores modificaram o cenário econômico-social. O primeiro deles foi a instalação da usina de Paulo Afonso, no Rio São Francisco, tornando produtora de energia uma região que apenas fornecia produtos agrícolas.
Um segundo fenômeno, pontuou o secretário, foi a construção da rodovia Rio – Bahia, a qual altera a forma de troca de produtos entre os dois estados brasileiros. Neste mesmo período, acrescenta Gabrielli, houve uma seca dramática, que gerou forte migração para São Paulo, esvaziando, assim, a região, e reduzindo a produção econômica. Um terceiro acontecimento foi a construção da refinaria Landulpho Alves.
“Foi um golpe mortal para a economia do Recôncavo. Desde então, ao longo de 60 anos, os grandes investimentos têm sido ao Norte e Nordeste da Baía de Todos-os-Santos, esvaziando o Recôncavo”, avaliou o secretário, recordando ainda que a construção da estrada Bahia-Feira de Santana sacrificou o transporte feito através de saveiros.
Este cenário de estagnação, contudo, passou a sofrer mudanças na última década. Entre as causas dessa alteração, Gabrielli enumera a instalação da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e a injeção de renda, por meio de programas como o Bolsa Família, Aposentadoria Rural e aumento do valor do salário mínimo, fomentando a movimentação econômica. “Há uma nova economia no Recôncavo, baseada na melhoria das condições de vida e renda, mas ela não é suficiente se não houver grandes investimentos”, decreta o secretário.
Irlã Andrade
Fonte:BahiaEconômica
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