A Bahia é um estados que mais atraem investimentos no país. Nessa área o governo Wagner tem o que comemorar e os investimentos ora em andamento, alguns de grande porte, vão fazer a Bahia dar um salto industrial nos próximos anos. O que vai permitir isso é a rede de relações interindustriais que está sendo montada no Polo Industrial de Camaçari, que completa 35 anos em 2013 e se posiciona como um dos mais competitivos distritos industriais do país, com forte poder de atração de empresas. Empresas como a Braskem e a Basf estão em processo de verticalização de sua produção de matérias-primas, atraindo empresas que vão viabilizar a tão sonhada indústria de bens finais. A Basf, por exemplo, é a maior petroquímica do mundo e está para a Alemanha como a Petrobras está para o Brasil, assim sua capacidade de atrair parceiros para se instalar na Bahia é enorme. A Braskem, de igual modo, além de estar investindo diretamente na Bahia, expande suas relações interindustriais com a própria Basf e com vários parceiros. Na semana passada, o portal Bahia Econômica, anunciou em primeira mão que o governador Jaques Wagner provavelmente voltará da viagem que fará a Alemanha nos próximos dias trazendo na mala mais um investimento petroquímico de porte, parceria da petroquímica baiana com uma empresa alemã. O fato é que o Polo Industrial de Camaçari tem investimentos previstos até 2015 que superam os 10 bilhões de dólares. A Bahia é atrativa para a vinda de empresas pela já mencionada rede de relações interindustriais, mas também pelo sistema de tratamento de resíduos, pela localização estratégica do Polo de Camaçari e pela existência de uma rede de qualificação e pesquisa de alto nível no âmbito do Senai/Cimatec, agora fortalecido com um dos poucos centros de supercomputação do país. Até mesmo a infraestrutura no entorno do Polo Industrial de Camaçari melhorou de forma considerável e refiro-me especificamente a ao sistema BA 093, que, privatizado, já atende às necessidades do distrito. Tudo isso fará a Bahia dar um salto industrial nos próximos anos, mas há um forte condicionante: a questão portuária. Por isso, agora que a concessão dos portos de Salvador e Aratu entra na reta final, torna-se indispensável que o governo do Estado e os empresários se mobilizem para garantir que o edital de concessão possa, efetivamente, estimular o investimento privado para que possamos montar portos adequados ao sistema portuário mundial que surge com o novo canal do Panamá. Se houver investimentos de porte e os portos de Aratu de Salvador tornarem-se competitivos, a Bahia vai potencializar o salto industrial da sua economia.
Há
que admitir: a economia brasileira está dando uma rasteiras nos economistas,
inclusive neste colunista. Isso vem ocorrendo por conta do comportamento
errático dos indicadores, ou seja, os índices estão variando de tal maneira que
não há como estabelecer tendência. O setor industrial, por exemplo, cresceu 1,9%
em junho, caiu 2% em julho e ficou estável em agosto, sempre em relação ao mês
anterior. E as vendas no varejo, que cresceram 1% em junho, voltaram a crescer
1,9% em julho e em agosto caíram 0,6%, sempre em relação ao mês anterior. É um
verdadeiro sobe e desce, quase um salve-se quem puder! A verdade é que a
economia brasileira está patinando e os agentes econômicos, inclusive os
consumidores, parecem estar com um pé atrás, como se estivessem à espera da luz
no fim do túnel. De tomo modo, em 2013, o PIB vai crescer quase três vezes mais
do os 0,9% que cresceu em 2012. Não é tão ruim, mas, ainda assim, será um
pibinho.
Entre
as lições que aprendi quando fui Secretário de Planejamento do Estado estava
aquela que dizia: quando tudo é prioritário, nada é prioritário. Por isso,
quando ouço os pré-candidatos, seja a presidente ou governador, explanarem suas
ideias, me vem a cabeça a máxima do planejador: sim, mas cadê o plano? Os
candidatos ao governo da Bahia, por exemplo, precisam apresentar mais que o nome
e o currículo, é preciso dizer também o que vão fazer com um orçamento de R$ 36
bilhões, que reserva apenas R$ 3,5 bilhões ou menos para investimento. Com esse
montante, não se pode fazer muito, portanto, é preciso dizer o que vai ser feito
e o que vai ter de esperar. Ou seja: cadê o plano?
Fonte:Bahiaeconômica
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