NOVO PORTO PODE TRAZER PREJUÍZO PARA BAHIA
Com objetivo de ampliar a capacidade e a potencialidade do sistema
portuário de Salvador e do Brasil, o Governo estadual está lançando hoje
em Salvador um projeto de duplicação do porto de Salvador, com a
construção de outro terminal ao lado do existente.
No Brasil, a ideia do governo é ampliar a capacidade de armazenamento e
trabalhar com a economia de escala. Em Santos, a ideia é aglutinar os
terminais de conteineres, com o objetivo de ganhar espaço, diferente de
Salvador.
O projeto do governo federal será discutido em audiência pública nessa
sexta-feira (18/10). Se for aprovado, "Salvador ficará com dois
terminais e, no fundo, com nenhum", explicou Manteli, esclarecendo que
haverá dificuldades de atracação e desatracação dos navios, cada vez
maiores.
Como a área para a criação de outro terminal é pequena, na prática
ficará inviável receber os navios cargueiros já a partir do final de
2015, porque eles terão 366 metros de comprimento, praticamente a
largura de cada um dos terminais. Cada berço de atracação, como deseja o
governo federal, terá menos da metade da área de seus principais
concorrentes no Brasil.
Outra consequência esperada será a ampliação da perda no setor de
exportações. Hoje, 55% do café produzido na Bahia é exportado pelos
portos de Vitória, Rio e Santos. No caso do algodão é ainda pior: 99%
saem por Santos. E 62% das frutas da Bahia vão para os portos de Pecém,
Natal e Suape. Também pode haver prejuízos ao polo petroquímico de
Camaçari, cujo peso na economia da Bahia supera 30%. A proposta cancela o
arrendamento de duas áreas de 44 mil m² operadas pela Braskem.
O governador Jaques Wagner se mostrou contrario a proposta, e pediu ao
Governo Federal a ampliação da capacidade do atual porto.
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