O livro, Professor Marcos Fava Neves, da USP-Ribeirão Preto, intitulado “ Doutor Agro: conheça o setor brasileiro mais admirado no mundo” reúne artigos de sua autoria publicados em grandes jornais do País.
Um deles interessa a Bahia e é intitulado “ O mundo demanda terras brasileira para produção renovável”, onde o autor sustenta que a maior procura da sociedade por alimentos e por produtos renováveis e inovação “trouxeram aumentos de indústrias que precisam de terras para gerar seus produtos e serviços”.
Nessa perspectiva, pelo menos 14 tipos de indústrias utilizam a terra. São elas: alimentos e bebidas, rações animais, biocombustíveis,áreas farmacêuticas e médica (produtos nutracêuticos e nutricosméticos, por exemplo), a de biomassa, para a indústria de eletricidade, a indústria de plásticos renováveis, a indústria ambiental (mercados de créditos de carbono, recuperação de terras degradadas em margens de cursos d’água, etc.), ,a de turismo e entretenimento rural, roupas e tecidos consumidores de algodão, a de borracha para pneus e artefatos, e a de papel e celulose.
Os impactos dessas indústrias são distintos, mas acarretaram uma significativa demanda porterras no Brasil e Bahia, com grande valorização desses ativos. No Oeste baiano, fronteira enaltecidano livro do Doutor Fava Neves, pagava-se 4 sacas de soja para adquirir um hectare em 1987; em 1998, o valor foi para 15 sacas, e no primeiro semestre de 2011 (data de publicação do artigo sobre esta região baiana ) eram 400 sacas de soja para a aquisição da mesma superfície.
Lá, com o uso da irrigação se consegue até3 safras anuais, ante apenas 1 nos países avançados, e essa é uma das razões pelas quais americanos, europeus e canadenses estão vindo para o nosso Oeste, a despeito das deficiências de logística.
Finalmente,a valorização da terras referida acima impõe novas estratégias aos setores privado e público. No primeiro caso, o alto preço dos imóveis, por exemplo,redireciona as empresas para uma terceirização parcial da produção, visando driblar as dispendiosas imobilizações em terras; no segundo,bem que o Governo brasileiro, agora inclusive diante do questionamento crescente das dificuldades do nosso programa de reforma agrária em prover o sustento dos assentados, poderia repensá-lo e disponibilizar terras para atividades que exigem pouca terra, como turismo rural, pesque-pague e outras do gênero.
Ademais, é bom não jogar areia na “engrenagem”, como diz o renomado Professor, no sentido de não atrapalhar com mudanças desnecessárias na legislação para estrangeiros.
José Maciel dos Santos Filho
jose.macielsantos@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário