segunda-feira, 22 de abril de 2013

A BAHIA TORNA-SE UM PLAYER NA ENERGIA EÓLICA




A Bahia está se tornando um dos maiores players do país em energia eólica. Em menos de cinco anos o estado montou uma cadeia integrada de produção de energia eólica que está se consolidando como um dos principais setores da economia baiana. O mais importante, porém, é que essa cadeia é verticalizada e inclui investimentos na geração de energia e na produção de equipamentos, com a montagem de um parque industrial especializado. Os investimentos já realizados no setor totalizam R$ 5,0 bilhões dos quais R$ 2,5 bilhões já realizados e R$ 2,5 bilhões contratados, isso em usinas eólicas e mais R$ 500 milhões investidos nas indústrias produtoras de aero geradores e outros equipamentos. A grande vantagem desse sistema é, em primeiro lugar, a produção de energia limpa e renovável e, além disso, o processo integrado de produção que articula  as usinas situadas no interior e as empresas industriais localizadas na Região Metropolitana de Salvador formando assim uma matriz integrada de produção. Outra vantagem é que as usinas de vento localizam-se em muitos casos em áreas de seca e constituem-se em uma forma moderna de gerar emprego e renda no sofrido semiárido baiano. Este mês de abril empresas como a Brennand Energia, Acciona, Torrebras, Tecsis, a segunda maior fabricante de pás para turbinas eólicas do mundo, anunciam investimentos ou iniciam operação e vieram juntar-se a empresas como a Renova, Gamesa, Alstom, Chesf que já operam no setor. Antes, em fevereiro, a Alstom, sediada em Camaçari, e a Renova assinaram um contrato de R$ 1 bilhão de euros para o fornecimento de 440 turbinas. E segundo informações do governo há 57 projetos do setor previstos para instalação na Bahia até 2016, com investimentos que chegam a R$ 6,5 bilhões. É verdade que não basta ter empresas produzindo energia, sendo necessário que as linhas de transmissão sejam construídas pari passu, o que nem sempre ocorre em função da burocracia ou ineficiência dos segmentos públicos envolvidos. De todo modo, a Bahia tem as condições ideais para  transformar-se na maior cadeia de produção de energia eólica do Brasil e das Américas.  Pois é, quem diria que o vento seria a matéria prima de um dos principais setores da economia baiana.
                                                
A SECA DO SÉCULO
“Na época do império,  uma seca de grandes proporções fez D. Pedro II visitar o Nordeste. Na oportunidade,  impressionado com a miséria e a devastação, o imperador declarou peremptoriamente que se fosse preciso venderia as joias da coroa para impedir que os  nordestinos morressem de fome. A frase bombástica do imperador não encontrou eco, as joias da coroa não foram vendidas e a seca continua até hoje matando os nordestinos.  O flagelo da seca  sempre foi tratado pelo governo brasileiro dessa forma: muita retórica, pouca ação e uma grande imprevidência. Foi assim no império  não é diferente agora. Hoje, quase cem anos depois, a imprevidência se repete. Uma nova seca do século  atinge a região  Nordeste colocando em “situação crítica”  quase dez milhões de pessoas e atingindo mais de  70% dos municípios da região.” 
Esse texto foi escrito em maio de 1998, por este escriba, aqui mesmo nesta coluna. Desde então nada mudou, de tempos em tempos a seca – geralmente prevista com antecedência INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – assola o Nordeste e o governo federal age de forma idêntica:  carros pipas, distribuição de alimentos, muita retórica e pouca ação efetiva. Nada se faz em termos estruturais, de modo a preparar a região com programas de longo prazo, investimento em infraestrutura hídrica, fortalecimento da base econômica, enfim tudo aquilo que pode viabilizar a convivência com a seca. E o pior é que se a chuva chegar, e todos esperam que chegue para salvar a região de uma situação muito mais grave, o governo federal vai de novo esquecer o assunto, voltar os olhos para o outro lado e tudo permanecerá como dantes no quartel de Abrantes.
                                           
DEMOLIR É PRECISO
Com o título acima, escrevi vários artigos nesta coluna propondo demolir várias construções em Salvador. Algumas foram ao chão, como o Clube Português e as barracas de praia. E agora a Prefeitura de Salvador  anunciou que o atual Aeroclube vai ser substituído por outro shopping, mas fazendo retornar ao público a pista da praia que lhe tinha sido subtraída, e está demolindo também a antiga Sede do Bahia.  No local deve ser construído um espaço de lazer, mas, vale lembrar, que espaço de lazer precisa de equipamentos, não basta, portanto, plantar grama no local. E também que o quase barraco que existe lá e abriga uma casa de espetáculos,  precisa ir ao chão, se não quebra-se o princípio urbano de que nenhuma construção deve obstruir o mar. De todo modo, a inciativa é louvável e  quem sabe agora o prefeito ACM Neto toma gosto e negocia a substituição do muro do cemitério dos ingleses, na Ladeira da Barra, por uma grade aberta e, para completar, convence a Marinha e o Exército a devolver a cidade o quartel de Amaralina e base naval do Comércio. 

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