Estudo da Bloomberg prevê maior competitividade nos custos da tecnologia para eólica e solar
Por Maria Domingues
Um novo estudo desenvolvido pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF), divulgado nesta semana, mostra que o investimento anual em nova capacidade de geração por meio de fontes renováveis poderá aumentar até 4,5 vezes até 2030. O cenário mais provável prevê um salto de 230%, para US$630 bilhões por ano até lá, impulsionado pela maior competitividade dos custos das tecnologias para energia eólica e solar ante a produzida a partir dos combustíveis fósseis, além do aumento da participação de fontes de energia limpa intermitentes, como hidreletricidade, geotérmica e biomassa.
O cenário considerado mais plausível prevê investimentos três vezes maiores do que aportado em novos empreendimentos de geração renovável em 2012. O número também é 35% maior do que a previsão anterior, feita pela BNEF há um ano. A nova estimativa para a capacidade nominal de energia renovável também foi elevada em 25%, para 3.500GW.
O relatório aponta que 70% da nova geração a ser adicionada entre 2012 e 2030 virá a partir de fontes renováveis, incluindo grandes hidrelétricas. Apenas 25% será produzido a partir de carvão, gás ou óleo. O restante virá por meio de energia nuclear. A perspectiva para o gás leva em conta preços estabilizados (em termos reais) em US$ 6, US$ 9 e US$ 11 por milhões de unidades térmicas britânicas (MMBtu) para Estados Unidos, Europa e Ásia, respectivamente.
Para efeito de comparação, a Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em português) projeta que 57% dessa nova capacidade será proveniente de fontes renováveis, também incluindo grandes projetos hidrelétricos. A Bloomberg projeta que a energia eólica e a solar abocanharão as maiores fatias dessas nova capacidade a ser instalada, com 30% e 24%, respectivamente. Em termos de energia produzida, o montante renovável aumentará de 22% em 2012 para 37% em 2030.
Nos outros dois cenários, o investimento em nova capacidade instalada renovável pode atingir 880 bilhões por ano entre 2012 e 2030, o que demandaria investimentos adicionais de US$ 2 trilhões em infraestrutura de apoio, como sistemas de transmissão de grandes distâncias, redes inteligentes e armazenamento, por exemplo. O cenário pessimista aponta para um aporte anual de US$470 milhões no mesmo período. "Nosso estudo também destaca a importância do planejamento para a integração de energias renováveis intermitentes à rede e nos mercados de energia. Isso exigirá novos investimentos significativos em infraestrutura de rede, gerenciamento de carga e tecnologias de armazenamento", destacou.
Fonte: Jornal da Energia
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