Tecsis pretende instalar planta industrial em Camaçari. Fábrica deve gerar cerca de 1,8 mil empregos diretos
A Tecsis, fabricante de pás eólicas no interior de São Paulo, está próxima de confirmar a implantação de uma planta industrial em Camaçari, que vai receber um investimento de R$ 200 milhões e gerar 1,8 mil empregos diretos.
O anúncio, previsto para a próxima terça-feira, depende apenas de uma definição quanto aos custos operacionais no Terminal Privativa da Ford, por onde a empresa pretende a movimentar os equipamentos.
"A negociação está em um estágio bastante avançado. Somente o custo de operação portuária é que ainda está em processo de negociação", explica o diretor da Tecsis, Pércio de Souza.
Segundo ele, a empresa negocia as condições de uso do porto com a Bahia Terminais, com a intermediação do governo baiano.
Se tudo transcorrer como previsto, as obras começam a julho, e no segundo trimestre de 2014 a unidade deve começar a produzir os equipamentos.
Exportação - A preocupação com a infraestrutura portuária se dá porque parte da produção da empresa atende aos mercados norte-americano e europeu. Dos 2,1 gigawatts produzidos em pás no último ano, 1,6 gigawatts (8o%) foram para o exterior.
"Ter uma boa saída é uma condição importante para a nossa decisão de investimento", aponta o empresário Pércio de Souza.
A implantação da fábrica numa região a 22 quilômetros do porto vai exigir ainda intervenções rodoviárias para a movimentação dos equipamentos, que medem aproximadamente 4o metros de cumprimento.
O secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, diz que o custo de operação portuária no Terminal da Ford ainda está sendo negociado. Entretanto ele acredita que a barreira pode ser transposta.
"É muito mais difícil para uma empresa como Tecsis operar nas rodovias de São Paulo, onde até de madrugada você tem um trânsito intenso, ou embarcar no Porto se Santos, que é superdisputado" avalia.
Empregos - Com grande pane do trabalho de construção das pás feito manualmente, a Tecsis vai demandar bastante mão de obra. De acordo com o diretor da empresa, grande parte dos 1.800 trabalhadores será composta por engenheiros e profissionais qualificados.
"Vamos precisar muito da ajuda do governo para formar estes funcionários", acredita Pércio de Souza. Na primeira etapa, a fábrica deverá faturar R$ 250 milhões por ano, mas pode alcançar até R$ 800 milhões nos próximos anos, estima Souza. "No ano passado, faturamos R$ 70o milhões em Sorocaba", diz.
Segundo o diretor da Tecsis, a decisão de investir na Bahia tem relação com o acordo entre a Alstom e a Renova Energia. "E a Tecsis quem fornece 70% das pás eólicas deste contrato", explica.
Potencial de ventos estimula consolidação da indústria
O secretário de Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, avalia que a Bahia deve colher por muito tempo os bons ventos da geração de energia eólica.
"O grande motivo para todos estes investimentos já recebemos e o que está previsto nesta cadeia é que os nossos ventos são muito bons para a produção de energia. São unidirecionais e constantes", comemora o secretário.
A distância é um grande desafio em um mercado que precisa operar equipamentos tão grandes, explica Correia. Daí o interesse em se posicionar o mais próximo possível de onde a energia é gerada. "Imagine o transtorno que seria trazer um equipamento desses de São Paulo para cá", destaca o secretário.
Proximidade - De acordo com James Correia, as empresas que trabalham com a geração eólica "que na Bahia atuam sobretudo na região da Chapada Diamantina" ajudam a convencer os fornecedores a se posicionarem próximo aos empreendimentos.
Proximidade - De acordo com James Correia, as empresas que trabalham com a geração eólica "que na Bahia atuam sobretudo na região da Chapada Diamantina" ajudam a convencer os fornecedores a se posicionarem próximo aos empreendimentos.
"Este Investimento tem relação com a Renova, que divulgou um edital dizendo que daria preferência aos fornecedores mais próximos" afirma,
Correia lembra que a Gamesa, fabricante de aerogeradores, anunciou o investimento de R$ 100 milhões em uma nova fábrica. "Eles vão construir uma nova unidade em Camaçari porque a que eles têm já não dá conta da demanda", comemora.
A fábrica de torres Torrebras, empresa do grupo espanhol Windar, que será inaugurada no dia 8 de maio, já tem a produção dos próximos dois anos vendida. A sede da indústria também será em Camaçari.
Fonte: A Tarde
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