segunda-feira, 22 de abril de 2013

Bahia entra no mapa mundial da produção de diamantes

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Jazidas estão próximas de Santa Luz, onde a canadense Yamana Gold vai produzir ouro


Com capitais de Hong Kong, Bélgica e Canadá investindo R$ 100 milhões, a Lipari Mineração vai começar a produzir, em escala comercial, no primeiro trimestre de 2015, diamantes na mina de Braúna, em Nordestina, no semiárido baiano. A produção média anual estimada de diamantes é de 225 mil quilates, ao longo da vida útil de 7 anos da mina à céu aberto, com possibilidade de desenvolvimento de mina subterrânea. “Teremos a primeira mina de diamantes de fontes primárias – kimberlitos - da América do Sul em uma região que, muito próximo, a 84 Km, temos o ouro da Yamana Gold, em Santa Luz “, comemora o governador Jaques Wagner, radiante com a possibilidade da Bahia entrar no seleto clube dos maiores produtores mundiais de diamantes: Botswana, Rússia, África do Sul, Angola e Canadá.
Os kimberlitos são rochas vulcânicas formadas à grandes profundidades e cuja existência é fundamental para que diamantes possam ser encontrados. Eles são expelidos do interior da terra através de erupções vulcânicas e que, com a erosão natural, se tornam superficiais. “Produzir diamantes é abrilhantar todo um trabalho feito pelo Governo do Estado, pelo DNPM e pela CBPM em apostar, de fato, na mineração baiana. Somente no setor mineral, estamos com uma carteira de investimentos da ordem de R$ 31 bilhões, em investimentos e pesquisas, previstos até 2016”, diz o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.
O Projeto Braúna abrange 22 ocorrências de kimberlito.  O depósito Br-03 é o maior dentre elas, foco dos trabalhos de pesquisa gemológica e desenvolvimento desde 2008. “Em cinco anos, os resultados da unidade Br-03 foram altamente positivos, sendo extraídos os primeiros diamantes baianos da mina situada em Nordestina, a 259 Km de Salvador. Agora, em janeiro de 2013, atualizamos a estimativa de recursos minerais do depósito kimberlítico, com potencial mineral de mais 1,7 milhões de quilates”, explica o canadense Keneth W. Johnson, diretor-geral da Lipari.
Esses estudos foram baseados em um trabalho de exploração detalhado que consistiu em 91 furos de sondagem, totalizando 14.689 metros, testando o depósito a uma profundidade vertical de 350 metros. Além disso, os estudos contaram também com a lavra e o processamento de quase 9.000 toneladas de kimberlito, tanto da superfície quanto subterrâneo, para determinar o teor do diamante e seu valor de mercado.
A meta da empresa é tornar-se a maior produtora de diamantes brutos da América do Sul. “A visão a longo prazo da Lipari em relação ao mercado de diamantes brutos é positiva, tendo em vista uma diminuição da oferta pelas minas de diamantes e uma demanda crescente, particularmente em mercados em desenvolvimento, o que resultará em um crescimento real dos preços à longo prazo”, justifica Johnson.
TRIBUTOS E INFRAESTRUTURA
O projeto da Lipari vai ser diretamente beneficiado pela redução das alíquotas de ICMS para gemas e jóias. “O Governo da Bahia reduziu a alíquota de 16% para 4%. E o resultado é que temos 19 empresas pagando tributos contra quase zero do passado”, diz o secretário Correia. O projeto vai implicar também em investimentos em infraestrutura. “O transporte do ouro é feito através de helicópteros. Para os diamantes, precisaremos de aviões. Então, já vamos começar a estudar um projeto para a construção de um aeroporto, que certamente vai beneficiar toda aquela região de Nordestina, Santa Luz, Queimadas, Cansanção, Quijingue, Tucano, Monte Santo, Euclides da Cunha e Ribeira do Pombal”, avalia o secretário da Infraestrutura, o vice-governador Oto Alencar.

Fonte: SICM

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