Desde os primeiros encontros entre o prefeito ACM Neto e o governador Jaques Wagner a novela do metrô de Salvador tem estado na ordem do dia. Até agora, nada avançou. Há sempre problemas envolvendo tarifas de passagens e outras coisas mais. Enquanto isso, o metrozinho de R$1,2 bilhão - supostamente boa parte desses recursos desapareceram no ralo da corrupção - acumula ferrugem ou desgaste em consequência do tempo. O trem do subúrbio, que também entraria no acordo, é uma lástima em prejuízo da população. Há, a não ser que desmarquem, uma nova reunião entre os dois governantes prevista para amanhã. Espera-se que haja uma solução.
Trocas de afagos entre Neto e Wagner não faltam. O primeiro disse à semana passada que a relação entre ambos é de alto nível (ou termo semelhante) o que deve ser mesmo porque ambas são pessoas que se relacionam educadamente com aliados ou adversários. Não basta a forma gentil como se tratam, mas que cuidem com a maior rapidez dos problemas que exigem solução, porque Salvador é uma cidade travada.
Ainda na terça feira, uma frota de ônibus cercou a região crítica do Iguatemi e parou o trânsito durante duas horas e meia. Ninguém fez nada. Em outros tempos, autoridades mandariam motoristas que servem ao governo ou à prefeitura remover os veículos e os multaria severamente. Nada. Prejudicada ficou a população. Não parou por aí. Os comerciários ajudaram na paralisação em manifestação contra o trabalho na Sexta Feira Santa. Ninguém, de igual modo, tomou providência. Democracia não é isso. É o direito de ir e vir da população e não a punição de que precisa se deslocar. Neste caso, o que se verifica é a ausência de autoridade. Não há outra alternativa.
A situação tende a piorar porque o número de veículos em trânsito deve aumentar com a manutenção da queda do IPI que se, de um lado é positivo, de outro prejudica uma cidade como Salvador, carente de vias públicas, que por aqui não são abertas de há muito para facilitar a locomoção. O metrô seria, ou será (é possível que algum dia aconteça) uma das soluções, mas não só. São necessárias novas vias públicas, viadutos, um estudo urbanístico da cidade, projetos criativos, enfim, trabalho. Reuniões sobre reuniões, numa sequência que não leva a nada, não constrói coisa alguma. Enquanto isso não chega, há a solução de combater os estacionamentos absurdos que se observam em todos os cantos e vias.
O metrozinho e o sistema que deverá ser construído na Paralela até Lauro de Freitas pode ser uma meia-solução para daqui a três, quatro, cinco anos, ou, quiça, 12 anos com o municipal. Enquanto isso, Salvador pede socorro.
*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde desta terça-feira (2)
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