quarta-feira, 10 de abril de 2013

A INFLAÇÃO SUPEROU A META INFLACIONÁRIA. E AGORA?

Publicação: BahiaEconomica


A inflação, medida pelo IPCA, atingiu 6,59% nos últimos 12 meses, ficando acima da meta inflacionária estipulada pelo governo. A inflação já acumula no primeiro trimestre uma alta de 1,94%, o que torna quase impossível para o governo fechar o ano de 2013 com um número abaixo da meta de 6,5%.

O resultado preocupa e exige uma posição da equipe econômica, mas não há motivo para desespero. Em março, a inflação oficial do país foi de 0,47%, apresentando desaceleração em fevereiro, quando índice foi de 0,6%. Se a desaceleração estabelecer-se como tendência até o ano de 2014, o índice pode se adequar a meta proposta.

O problema é que, mesmo com a desaceleração de março, o Banco Central precisa agir e mostrar claramente ao mercado que não será tolerante com o processo inflacionário.

Há em economia um efeito psicológico extremamente disseminado, de tal modo que apenas o anúncio da superação da meta induz os agentes econômicos a aumentarem seus preços, num movimento em busca de proteção. Para fazer refluir esse movimento, o Banco Central precisa aumentar os juros, ou dar uma explicação convincente de que não será preciso fazê-lo pois os preços já estão caindo.

Além disso, embora possa haver um refluxo inflacionário nos próximos meses, já que a safra de alimentos começa a ser colhida, não se pode esquecer que no Nordeste uma seca de grandes proporções está reduzindo drasticamente a produção com fortes efeito nos índices de inflação. A inflação superou a meta primeiro nos estados do Nordeste demonstrando que a pressão sobre os preços é maior nessa região.

Por tudo isso, a equipe econômica precisa estar atenta e é da maior importância para o futuro a peça de xadrez que é a taxa de juros e que será movida esta semana pelo Comitê de Política Monetária.

Armando Avena

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