Mauro Ricardo deverá ser ouvido sobre quadrilha do ISS nesta semana
por Agência EstadoFoto: Reprodução
O Ministério Público Estadual em São Paulo pretende
começar a ouvir as empresas acusadas de colaborar com a quadrilha do Imposto
sobre Serviços (ISS) na quarta-feira. Também deve ouvir nesta semana, em um
depoimento em conjunto com a Controladoria-Geral do Município, o ex-secretário
municipal de Finanças de São Paulo e atual titular da Fazenda em Salvador, Mauro
Ricardo, a quem o promotor do caso, Roberto Bodini, chama de "no mínimo, omisso"
sobre o esquema. As empresas que serão chamadas são as que foram citadas pelo
auditor fiscal Luis Alexandre Cardoso Magalhães como pagantes de propina:
Alimonti, BKO, Brookfield, Tarjab, Tecnisa e Trisul. Ao MPE, elas devem
apresentar a versão delas para as acusações feitas pelo fiscal - de que não eram
coagidas a pagar propina e faziam os pagamentos para obter descontos no
ISS. Conforme o Estado informou anteontem, uma testemunha protegida disse que,
ao menos no caso da Alimonti, os fiscais teriam extorquido a empresa para fazer
os pagamentos. Para liberar três projetos, cobraram R$ 460 mil. A Brookfield
informou ao MPE ter pago R$ 4,1 milhões em 20 empreendimentos fiscalizados pela
quadrilha. As demais empresas dizem que colaboram com as autoridades e negam
irregularidades. O promotor Bodini deixou as empresas para uma segunda etapa de
investigações porque, segundo ele, era preciso primeiro reunir elementos sobre o
caso para depois fazer as perguntas corretas aos suspeitos ou testemunhas. "Não
adianta trazer alguém aqui sem um roteiro definido", afirma o promotor. A
Prefeitura convocou 16 empresas na semana passada para apresentar notas fiscais
que mostrem que os descontos de impostos foram regulares. Nas próximas duas
semanas, mais 44 serão chamadas. Em nota, Mauro Ricardo nega as
acusações.
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