Problemas com linhas de transmissão, baixa disponibilidade de
equipamentos e cronograma apertado reduzem participação de projetos de energia
eólica baianos.
No último leilão de energia A-3 (que previsão de início da
produção em 3 anos), realizado na segunda-feira (18.11), a Bahia comercializou
83 megawatts em quatro projetos eólicos.
O volume representa aproximadamente 10% do total de projetos
apresentados pelo estado e um volume parecido em relação ao total de energia
eólica que foi contratada no Brasil - de 867,6 megawatts em 39
projetos.
"Se a gente analisar a conjuntura do leilão, pode-se dizer
que o desempenho baiano foi relativamente positivo", afirma o diretor de
Indústria e Mineração da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, Rafael
Valverde.
Há três meses, foram comercializados 567 megawatts de energia
em 28 parques eólicos instalados na Bahia.
Segundo ele, a atividade poderia crescer em um ritmo mais
acelerado na Bahia se não esbarrasse em "algumas dificuldades". Neste leilão em
particular, o cronograma para a construção de parques foi um fator negativo,
diz.
"Este leilão oferece um prazo para a entrega do parque de
três anos, em teoria, que na prática será de dois anos, uma vez que a entrega
está prevista para 2016", afirma.
Outro fator que ajuda a compor o cenário é a escassez de
máquinas no mercado, diz Valverde. "Há pouca oferta no momento",
afirma.
Segundo ele, o setor receberia um volume maior de
investimentos caso houvesse mais certezas em relação à demanda anual de
equipamentos. "O mercado precisaria ter a garantia do volume de dois gigawatts
de contratação anual para fazer mais investimentos a longo prazo", diz Valverde.
Este ano, o mercado nacional já tem 2,3 gigawatts contratados.
Linhas de transmissão - Valverde lembra
ainda do cenário de escassez de linhas de transmissão para conectar a energia ao
sistema. "A Bahia está no gargalo do sistema de transmissão. Então, é muito
importante que as novas linhas que o governo federal planejou sejam licitadas em
breve para que os projetos tenham conexão", afirmou.
"Os quatro projetos que foram arrematados no estado são da
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e estão localizados em áreas que
possuem estrutura de transmissão", diz o secretário da SICM, James Correia. "A
Chesf cumpre o compromisso de instalar a transmissão nos projetos dela, mas nos
outros não acontece. Este é o problema que enfrentamos aqui", diz o
secretário.
Fonte: A Tarde
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