terça-feira, 19 de novembro de 2013

Eólicas vendem 867 MW em leilão de energia elétrica





Foto:Ascom/Arquivo Dois parques eólicos na Bahia, projetos de expansão em parceria com a Sequóia Capital, estão entre os 39 projetos vendidos no leilão da CCEE

Em leilão realizado ontem na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foram contratados 867,6 megawatts (MW) de 39 projetos de energia eólica. Esta energia será entregue ao mercado consumidor a partir de 2016. Realizado em menos de 30 minutos, o leilão ofertou apenas energia eólica. A Eletrobras foi a principal vencedora. Dos 39 projetos leiloados, 15 deles, que equivalem a 212,5 MW, foram de parques da Eletro-sul, subsidiária da Eletrobras. A empresa irá investir cerca de R$ 1 bilhão nos parques que serão construídos no Rio Grande do Sul. A Chesf, também do grupo Eletrobras, vendeu energia de 12 parques, no total de 338 MW, por meio de três consórcios com parceiros privados nos quais tinha participação societária de 49%.
Quatro projetos estão em Pernambuco, em parceria com a PEC Energia Ltda. Outros seis, no Piauí, são projetos de expansão em parceria com a ContourGlobal, Salus FIP e SPE Ventos de Santa Joana. Os outros dois parques eólicos, na Bahia, são também projetos de expansão em parceria com a Sequóia Capital.
A CEEE-GT, do governo do Rio Grande do Sul, também vendeu energia de três parques, no total de 55 MW, que demandarão investimentos de R$ 265 milhões. No total, as usinas eólicas que venderam energia no leilão devem demandar investimentos de R$ 3,4 bilhões, segundo estimativas do governo. O preço médio de venda da energia foi de R$ 124,43 por megawatt-hora (MWh), um deságio de 1,25% frente ao preço máximo de R$ 126 por MWh. O preço mais baixo vendido no leilão foi de R$ 118 por MWh, de um parque na Bahia, da Casa dos Ventos com a Atlantic. Já o mais alto foi de R$ 126 por MWh, referente a três projetos no Rio Grande do Sul.
Energia solar
O leilão de ontem foi disputado por Pequenas Centrais Hidrelétricas, térmicas a biomassa, usinas eólicas e, pela primeira vez na história, por usinas fotovoltaicas (energia solar). Apesar disso, só projetos eólicos negociaram suas ofertas. Tal fato levou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a dizer que 2013 como o "ano da energia eólica" no Brasil. Considerando o resultado do leilão de energia de reserva em agosto passado, os projetos eólicos contratados em 2013 somam 2,372 mil MW de capacidade.
Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo, o sucesso da energia eólica não surpreende por se tratar da segunda fonte de energia mais barata do Brasil atualmente, atrás apenas da hidreletricidade.
A alta competitividade dos projetos eólicos foi capaz, inclusive, de superar o cenário de incertezas que cercava o setor no começo do ano, quando o governo anunciou uma série de mudanças que tomaram a energia eólica um pouco mais cara para aumentar a participação das térmicas na matriz. "As incertezas foram sendo resolvidas pela força de mercado da eólica", comemorou.
Diante da supremacia da fonte, o governo preparou algumas mudanças para o próximo leilão de energia nova, o A-5, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018. Em vez de cada fonte disputar entre si, a demanda da licitação será divida por tipo de fonte. Primeiro só os projetos hídricos serão contratados, depois as térmicas e, só então, as eólicas com as solares.
"Há limite. Não podemos abastecer o País só com energia eólica. Assim teremos um equilíbrio das fontes. No leilão A-5, precisamos ter outros tipos de fontes para trazemos também a segurança (ao sistema)", disse Tolmasquim.
Resultado
62,5%
é o percentual de energia, do total ofertado no leilão, vendida por Chesf e Eletrosul
338
MW
é a capacidade ofertada pela Chesf e seus parceiros nos 12 projetos envolvidos no leilão
28
concessionárias compraram" energia na disputa, com destaque para Copei Distribuidora (PR) e a Celg (GO)
Fontes: O Globo/Estado e São Paulo Em 19/11/2013.

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