segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ático monta térmica à biomassa na Bahia

Grupo vai investir R$ 750 milhões na construção de uma termelétrica movida a cavaco do eucalipto em São Desidério



A gestora de recursos Ático vai investir R$ 750 milhões na construção de uma termelétrica movida a cavaco de eucalipto, com capacidade instalada de 150 megawatts (MW), em São Desidério, no Oeste da Bahia.
O investimento, que será realizado em parceria com a alemã Steag, especializada em biomassa, incluirá também o manejo do eucalipto, que também pertence a Ático.

O empreendimento, chamado Campo Grande Bioeletricidade, foi vencedor do leilão de energia do tipo A-5 (que negocia contratos para início de fornecimento em cinco anos) realizado pelo governo em agosto deste ano. Na ocasião, o projeto negociou energia ao preço de R$ 136,69 por megawatt-hora (MWh).

A termelétrica é o primeiro projeto "greenfield" (empreendimento que parte do zero) da Ático na área de energia.

Segundo Gustavo Magalhães, sócio-diretor da gestora, o grupo pesquisou vários projetos de geração de energia, mas decidiu não optar por nenhum a partir de combustível fóssil para não ficar dependente da Petrobras, que no momento está priorizando a produção de petróleo na camada pré-sal. "Foi quando surgiu esse projeto, onde a base do combustível é o eucalipto", afirmou.

Para garantir o pleno abastecimento da usina térmica, a Ático desenvolveu um projeto integrado. A floresta pertence à Remasa, empresa da família do ex-piloto de Fórmula 1 Maurício Gugelmin, da qual a Ático adquiriu uma participação de 50% menos uma ação, por meio da Tree Florestal, que pertence ao FIP Ático Florestal. Os ativos da Remasa totalizam 17,3 mil hectares. O manejo da floresta será feito pela Tree Florestal.

Já o projeto da termelétrica foi desenvolvido pela empresa Diferencial Energia e vendido para a Bolt Energias (75%) e a Steag (25%). A Bolt Energias é uma empresa de geração e comercialização de energia fundada em 2010 e 100% controlada pelo FIP Ático Geração de Energia, do grupo Ático.

Outro ponto que contribuiu para a viabilidade do projeto, segundo Magalhães, foi a linha de crédito para usinas a biomassa aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) antes do leilão de agosto. O banco alongou o prazo do financiamento de 16 para 20 anos e reduziu o "spread" para 0,9% ao ano.

Segundo o executivo, está em curso uma negociação com o BNDES para a liberação do financiamento. Também está em andamento o trabalho para a obtenção da licença de instalação da usina.

O projeto engloba ainda a construção de uma linha de transmissão, de 70 quilômetros de extensão, ligando a termelétrica a um ponto do Sistema Interligado Nacional (SIN). A linha tem custo previsto de R$ 40 milhões, que estão incluídos na previsão de orçamento da usina.

A Ático também detém uma participação de 10,8% na termelétrica Linhares, de 204 MW, a gás natural, no Espírito Santo, e 40% da pequena central hidrelétrica (PCH) Braço do Norte III, de 14 MW, em Mato Grosso. Tem ainda os investimentos na Bolt Energias, que tem grande atuação no segmento de comercialização.



Fonte: Valor Econômico (materia publicado no site da SICM)

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