terça-feira, 20 de agosto de 2013

Só uma empresa quer o metrô baiano

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Fernando Duarte - Tribuna da Bahia
Publicada em 20/08/2013 02:23:01


Finalizada a primeira etapa do leilão do sistema metroviário Salvador – Lauro de Freitas, somado à finalização da linha 1 e extensão até Pirajá, apenas a Companhia de Participações em Concessões (CPC) apresentou interesse em participar das próximas fases. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), a expectativa é que amanhã (21/8) aconteça a abertura do envelope contendo a proposta econômica. A única empresa inscrita no certame é parte do Grupo CCR, que opera  rodovias e a linha 4 do metrô de São Paulo, conhecido como Linha Amarela.
Segundo o site da empresa, o controle acionário é formado pelo Novo Mercado da da BM&FBovespa em associação com três grupos distintos, Soares Penido, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Após a entrega da proposta, a Comissão de Licitação do Estado e técnicos da Bovespa avaliaram os documentos do volume 1, referente às Condições de Participação, Garantia da Proposta e Qualificação Técnica Operacional, habilitando a empresa para participar das demais fases do Procedimento Licitatório. O grupo estadual é formado por técnicos da Sedur, pelo titular da pasta, Cícero Monteiro, e pelo presidente da Companhia de Trens de Salvador (CTS), Carlos Martins.
Em contato com a Tribuna, Martins avaliou que a empresa pode ser considerada “virtual vencedora” do leilão, por ter sido a única inscrita no processo. O presidente da CTS, no entanto, aponta que somente após o acesso aos dados de garantias econômicas será possível pôr fim à contenda. “Quando se apresenta apenas uma concorrente, é provável que ela seja a vencedora”, avalia. Diferente da primeira etapa do metrô soteropolitano – obra ainda inacabada após quase 13 anos –, caso a empresa seja confirmada como vencedora, não haverá um consórcio para gerir o projeto. A CPC, no entanto, possui divisão acionária formada por construtoras conhecidas da gestão metroviária da capital baiana – Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa fazem parte do consórcio Metrosal, responsável pela etapa inicial inconclusa entre a Estação da Lapa e a Estação Pirajá – reduzida até a Estação Acesso Norte e ainda fora de funcionamento.
Por meio da ViaQuatro, o grupo CCR liderou o consórcio vencedor da primeira Parceria Público-Privada do País no ramo da mobilidade urbana, que opera o último trecho do metrô paulista a entrar em operação, ligando a Avenida Paulista à Estação da Luz. Além da atuação nesse segmento, o grupo CCR atua na administração de rodovias, com 2.437 quilômetros sob sua concessão.
Próxima etapa
Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), responsável por acompanhar o processo de licitação, a próxima etapa está confirmada para a amanhã, às 14h30, na sede da BM&F Bovespa, com a realização da sessão pública de abertura do Volume 2, correspondente à proposta econômica escrita. A solenidade será acompanhada pelos secretários da Casa Civil, Rui Costa, e de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro.
Presente na abertura da proposta, o secretário Cícero Monteiro destacou o volume de investimentos previstos na licitação.
“Através da PPP serão injetados R$3,6 bilhões na mobilidade da capital baiana. Esse grande recurso se soma às demais obras estruturantes, a exemplo da Via Expressa, do Complexo de Viadutos do Imbuí e das vias transversais, que vão melhorar significativamente a qualidade do transporte público de Salvador e Lauro de Freitas”, enfatizou o titular da Sedur.
De acordo com a expectativa inicial, a empresa vencedora da licitação deverá injetar pelo menos R$ 1 bilhão, com os demais recursos com origem em investimentos dos governos federal e estadual. Após a finalização da etapa dois, a Comissão de Licitação marcará a data para abertura do volume 3, com os documentos de qualificação jurídica, fiscal e econômico-financeira. Este processo será concluído com a assinatura do contrato, prevendo-se que as obras sejam retomadas em outubro.

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