quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Com usina eólica na BA, Santander já soma 600 MW

 Publicado p/SICM
 
Imprimir

Foto:Ascom/Arquivo O banco Santander adquiriu 40% na BW Guirapá I, sociedade criada para construir e operar sete parques eólicos, num total de 170 MW de potência, no sul da Bahia


O banco Santander adquiriu uma fatia de 40% na BW Guirapá I, sociedade de propósito específico criada para construir e operar sete parques eólicos, num total de 170 MW de potência, no sul da Bahia. Os 60% restantes pertencem à Brazil Wind, subsidiária da Brazil Energy, holding controlada pelo fundo de private equity da gestora de recursos carioca Nova Investimentos. A transação, concluída há um mês, incluiu uma operação de aumento de capital, na qual o banco se comprometeu a injetar até R$ 155 milhões na empresa, em duas fases. Até o momento, o Santander já desembolsou R$ 50 milhões. Apesar das participações desiguais, pelo acordo assinado entre as sócias, o controle da empresa será compartilhado. O investimento total previsto nos parques é de R$ 630 milhões. Os sócios esperam obter entre o fim deste ano e o início de 2014 o montante de R$ 420 milhões de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Enquanto isso, as partes fizeram um empréstimo-ponte com o Bradesco. Os parques venceram contratos no leilão de energia de reserva de 2011, ao preço de R$ 97,89 por megawatt-hora (MWh). Esse valor corrigido está em torno de R$ 109/MWh. Os projetos, cuja construção começou há pouco mais de um mês, estão previstos para entrar em operação em julho de 2014. A conexão com o sistema interligado nacional (SIN) depende de uma estação coletora da Chesf, prevista para entrar em operação um mês antes do parque. Esse é o primeiro negócio feito entre as duas partes. "A linha da Brasil Energy casa muito com a linha do Santander", afirma Luis Eduardo Rangel, superintendente executivo do Santander responsável por investimentos em energias renováveis. Segundo ele, o Santander participa atualmente de projetos eólicos de 600 MW de capacidade em construção e que já possuem contrato de compra e venda de energia de longo prazo. No início de agosto, o Santander colocou em operação o seu primeiro parque eólico, localizado no Ceará. O projeto, chamado Icaraí, feito em parceria com a Martifer, tem 16,8 MW de potência e faz parte de um complexo eólico de aproximadamente 95 MW de capacidade instalada. Segundo Rangel, o Santander não tem uma meta estratégica a ser alcançada em médio prazo no setor eólico. Ele, porém, diz que "o apetite do banco para projetos de infraestrutura de energias renováveis é muito grande". Já a Nova Investimentos tem visão mais definida para a atuação da Brazil Energy. "Esperamos alcançar 850 MW de projetos em operação até 2020", diz o diretor executivo da Nova Investimentos, Frederico Robalinho. Além dos parques eólicos, a Brazil Energy possui a termelétrica Termocabo, de 50 MW, em operação em Pernambuco. A usina tem contrato de compra e venda de energia com prazo de vencimento até 2024. Tanto o Santander quanto a Nova Investimentos estão receosos com relação ao próximo leilão de energia de reserva, voltado para fonte eólica, marcado para sexta-feira. Além do aumento do rigor do governo com relação à produção de energia e à conexão dos parques com o sistema elétrico, a recente variação cambial vai impactar a compra dos equipamentos aerogeradores. Na avaliação dos dois executivos, o aumento do risco provocado por essas mudanças pode não ser comportado dentro do preço-teto fixado pelo governo, de R$ 117/MWh, para o leilão.
Fonte: Valor Econômico
Em 21/08/2013.

Nenhum comentário: