Foram arrematados 567,2 megawatts em 28 projetos localizados principalmente nas regiões de Sobradinho e Caetité
Os projetos de produção de energia eólica da Bahia
foram responsáveis por 38% dos 1,5 mil gigawatts de energia comercializados no
5° Leilão de Energia Reserva, que aconteceu na última sexta-feira.
Foram arrematados 567,2 megawatts em 28 projetos
localizados principalmente nas regiões de Sobradinho e Caetité, onde já existem
outros empreendimentos do tipo em andamento.
A Chesf é a responsável por quase metade dos
projetos em solo baiano. Em parceria com a Brennad Energia, vai implantar três
parques em Sento Sé e outros oito em parceria com as empresas Sequoia Capital e
Casa Forte, no município de Pindaí.
O resultado do leilão afastou temores de uma
retração no mercado de eólica, após mudanças nas regras para projetos envolvendo
a matriz, como a exigência de linhas de transmissão nas áreas em que forem
instalados os projetos e o aumento da garantia mínima de geração de energia.
"Nós tínhamos um temor de que houvesse uma redução
de demanda neste leilão, mas saímos dele comemorando a competência das empresas
que estão instaladas aqui", destacou o superintendente de Indústria e Mineração
da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Rafael Valverde.
Para Valverde, o resultado até poderia ser melhor,
porém foi o suficiente como indicativo de que a indústria eólica deverá
continuar crescendo na Bahia.
"Temos diversas empresas interessadas em se
implantar no estado, e um resultado como este mostra que estamos bem neste
mercado", diz.
Segundo Rafael Valverde, o governo baiano está
focado na cobrança de novas linhas de transmissão para evitar que a distribuição
da energia se torne um fator limitador do desenvolvimento da cadeia.
"Hoje não deixamos de ter projetos em nenhuma das
regiões com potencial, o que acontece é que a capacidade de transmissão limita
quantos projetos podem ser apresentados. Nós poderíamos ter tido um resultado
muito melhor", acredita.
O caso mais emblemático envolvendo a construção de
linhas de transmissão envolve justamente a Chesf, grande destaque do leilão
atual. É ela a responsável pela ligação entre Igaporã e Bom Jesus da Lapa, que
ligará a energia produzida pelos ventos na região de Caetité ao Sistema
Integrado Nacional.
O governo do estado informa que a obra da Chesf deve
ser concluída em dezembro - com um ano e meio de atraso. Procurada pela
reportagem, a Chesf não confirmou a informação.
Boa perspectiva
O último leilão reverteu duas perspectivas negativas
para a indústria da energia eólica no Brasil, diz a presidente da Associação
Brasileira de Energia Eólica, Élbia Melo.
"Havia preocupações em relação ao volume de projetos
nos leilões e ao preço da energia. Este leilão teve um bom volume de projetos e
o preço médio (R$ 110) é o que consideramos ideal para a indústria",
acredita.
Segundo Élbia, a indústria estima um volume médio de
2 gigawatts leiloados por ano para se manter equilibrada. "Conseguimos 1,5
gigawatts e ainda temos um outro leilão no final do ano", diz.
Fonte: A Tarde
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