sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Quais as pessoas fisicas ou juridicas ganham com o travamento do desenvolvimento de Salvador?

Cidade

Publicitários reclamam da demora em julgamentos da Louos e do PDDU

por
Kelly Cerqueira
Publicada- Tribuna da Bahia
Representantes do setor se reuniram para discutir o problema
Representantes do setor se reuniram para discutir o problema
Mais um setor da sociedade civil organizada se posicionou contra a lentidão no julgamento da Lei de Ordenamento e Uso do Solo, como aconteceu com a Seccional Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil, no início desta semana. Um manifesto   lançado na manhã desta terça-feira (6), em um  café da manhã que reuniu  representantes de veículos de comunicação,  profissionais de agências publicitárias e fornecedores, demonstra a insatisfação de profissionais do setor. Idealizada pela Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP) e pelo Sindicato das Agências de Propaganda da Bahia (Sinapro), a iniciativa quer sensibilizar o judiciário e a população sobre os impactos negativos da insegurança causada pelo impasse entre o judiciário e o executivo.
O evento contou ainda com a participação do economista Armando Avena,  que traçou o panorama do atual desenvolvimento econômico de Salvador. Segundo o economista, a capital baiana se sustenta sobre três pilares básicos – o do turismo, comércio e construção civil. “O comércio vem sofrendo grandes perdas por conta da inflação e o turismo vem perdendo espaço devido aos problemas estruturais da cidade, o que pode ser comprovado com a queda do movimento no aeroporto de Salvador em 10% este semestre”, explicou Avena.
O terceiro pilar na economia soteropolitana, a construção civil, segundo Avena, também está enfrentando  uma fase crítica por conta da insegurança jurídica que ronda o tema. Ele aponta a situação como uma das principais causas do aumento do desemprego na capital baiana, que segundo o Dieese está em 20%. “Para que índices como estes caiam, é fundamental se resolver a questão da Louos, que além de gerar renda para o município, também é responsável pela criação de empregos”, afirmou.
O manifesto iniciado nessa terça-feira (7/8)  quer  chamar a atenção das pessoas sobre a importância da resolução do impasse, principalmente para o desenvolvimento da cidade, como informou a presidente do Sinapro Laura Passos. Segundo ela, cerca de R$ 2 bilhões em investimento em construção civil estão parados em Salvador por conta da insegurança jurídica no ramo e a área de publicidade é uma das que mais sofre com a falta de lançamentos imobiliários. “ As pessoas estão com medo de investir aqui na construção civil  por conta da falta de estabilidade no setor. As empresas de publicidade, assim como a população e o município estão tendo muitos prejuízos com isso”, explicou.
Ainda sobre os males causados pelo atraso no julgamento da Louos, o presidente da ABMP, Pedro Dourado, salienta a perda de R$ 7 bilhões em investimentos no setor imobiliário em Salvador, desde o início do impasse judicial. “As empresas simplesmente desistiram de aplicar estes valores na capital baiana, escolhendo outras cidades para a aplicação destes investimentos”,  disse.
“A Tribuna da Bahia entende que é necessário se encontrar o caminho de solução rápida para este problema  e  apoia todas as manifestações  neste sentido. A cidade de Salvador não pode continuar nesta situação de incerteza no que diz respeito à  regulamentação e ordenamento do uso do solo”, declarou Marcelo Sacramento, Diretor de Relações Institucionais da Tribuna da Bahia 
Ainda não há previsão para o julgamento definitivo da Louos e da proposta apresentada pela prefeitura em parceria com  o Ministério Público, como solução aos itens considerados inconstitucionais do documento inicial, aprovado pelo legislativo, na gestão municipal anterior.
De acordo com estimativa do setor, o desemprego na Construção Civil, já iniciado, deverá atingir 30.000 trabalhadores até o final do ano, devendo ampliar a miséria e violência que a cada dia se agrava em Salvador.
A falta de legislação urbanística é um dos fatores que está inviabilizando as empresas do segmento.

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