Preliminarmente: Como sei bastante sobre o crescimento de Salvador, desde a época que a cidade basicamente só usava as suas cumeeiras como meio de mobilidade urbana, toda a iniciativa que busque o seu desenvolvimento não importa de que lado politico seja o autor tem meu apoio e por essa razão segue adiante o comentário lúcido, real e atual de:
André Curvello – jornalista e atual secretário de comunicação de Salvador
Quando era executivo do Grupo Imocom, o português Luís Varanda veio à Bahia com a missão de comprar o belissimo prédio de azulejos azuis ao lado do Mercado Modelo, onde funcionava uma loja da rede Paes Mendonça.
Era para abrigar o hotel de uma das três mais importantes redes internacionais,mas no seu caminho havia “pedras”,entraves burocráticos atirados por órgãos controladores. Cinco anos depois ele voltou para Portugal e Salvador se tornou a única cidade do mundo a perder um Hilton.
O Hilton não só manteria o tal prédio (uma ruína que a qualquer momento pode vir abaixo),contemplava também a recuperação de mais três prédios históricos,além da modernização viária do entorno do Mercado Modelo e Elevador Lacerda.
Outros grupos internacionais só aguardavam a evolução do processo para implantar mais três ou quatro hotéis no Comércio. De tanto esperar e nada acontecer, lá se foi o Imocom e outros
Salvador é assim mesmo: de mãos dadas com o atraso. A impressão é que gostamos de não progredir, de achar pecado o sucesso alheio.
Aqui as coisas não andam ou andam para trás. Tínhamos um Metrô de 12 km que foi cortado no meio e até hoje não funciona. Paralelamente foi iniciada uma batalha entre metrô e BRT. Passaram os anos e não temos nem metrô nem BRT,enquanto as principais capitais do mundo tem metrô,BRT,táxis,bicicletas,transportes náuticos...
A Arena Fonte Nova corre o risco de não poder ser utilizada como equipamento multiuso em 2013,mas isso pouco importa aos que “ são do contra porque são contra” e trabalham para impedir a necessária mudança da legislação.
Em 2010, a Prefeitura apresentou Salvador Capital Mundial,propostas reunidas num portfólio.
Sem discutir tecnicamente, setores da imprensa se opuseram frontalmente. Os empresários que haviam doado os estudos se revoltaram contra tanta insanidade e os tomaram de volta. Sabem por que?
Aqui não se podem construir parcerias saudáveis com a iniciativa privada. Aqui é crime empresário ganhar dinheiro,mesmo honestamente.
Dessas propostas, a Linha Viva evoluiu e, mesmo sob ataques, está prestes a ter publicado o edital de licitação. Afinal, para construir uma avenida ligando o Acesso Norte ao Aeroporto, desafogando a estrangulada Paralela
Mas as vozes da insanidade vão além, Questionam: vai ter pedágio.? Vai,sim e qual o problema?
Quem vencer a licitação vai investir R$1,5 bilhão e deve, na forma da lei, ser remunerado.
Inventam informações absurdas, como a de que a Via o bairro Saramandaia vai desaparecer,quando apenas 5% da sua área terá interferência. E a Avenida Atlântida. Alardeiam que o Vale Encantando será destruído,embora a avenida sequer vá passar por lá.
Querem mais ? Todos os projetos voltados à revitalização das orlas da Ribeira e Itapagipe e o bairro 2 de julho estão engavetados, vitimas de denúncias infundadas e tendenciosas. No Aeroclube ,temos empresários querendo investir R$87 milhões e gerar sete mil empregos, revitalizando essa ruína em meio a nossa abominável orla.qual o crime ? Existem alguma ilegalidade? Que mostrem,que provem ou se calem em nome da cidade, tal qual a relação à LOUOS e ao PDDU,cuja a discussão é também crime.
Pergunta-se o lucro é crime? Em Salvador, sim, e por isso grandes empresas foram embora e quem se arriscou ficar já pensa também em cair fora.
Os repasses federais caíram. Salvador nos últimos cinco anos perdeu R$185 milhões de repasses. Só esse ano, já foram R$50 milhões O Estado e a Prefeitura não podem sozinhos financiar as soluções dos desafios que atormentam a vida dos soterapolitanos.
Nós que amamos esta cidade precisamos fazer uma séria reflexão, que cada um se pergunte: o que posso fazer por Salvador?
O público e o privado devem dar as mãos para construir propostas e a segurança jurídica necessária para se investir na cidade.
Não se trata de entregar Salvador, mas de se estabelecer uma ampla parceria, com transparência, ética ambiental e lisura dos atos em prol do desenvolvimento e do futuro da nossa cidade.
Será que estou sonhando?
Responda se possível for: Qual a cidade do mundo não gostaria de ter uma obra desse nível?
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