segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

 Esportes

Bahia lucrará R$ 8 milhões com a sede de praia; Boca do Rio ganhará parque

R$ 12 milhões é quanto o Bahia tinha a receber em julho. O valor será atualizado e pago em transcons
Alan Rodrigues
alan.rodrigues@redebahia.com.br



Falta apenas a confecção da nova escritura para que a sede de praia do Esporte Clube Bahia vá pro chão e dê lugar a novas quadras e a um campo de futebol na Boca do Rio. De toda a construção, apenas o antigo alojamento das divisões de base vai continuar em pé.
A desapropriação, que se arrasta há três anos, foi alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE), que elaborou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo clube e pela prefeitura em setembro, definindo as bases do processo.
A direção do Bahia aguarda apenas a assinatura do termo de desapropriação para que a sede de praia seja anexada ao município
Para que a escritura seja lavrada, o Bahia precisa confirmar o pagamento da primeira parcela do acordo de quitação das dívidas fiscais junto à prefeitura de Salvador, na ordem de R$ 4,2 milhões.
Em contrapartida, o clube receberá mais de R$ 12 milhões em transcons, títulos negociáveis do direito de construir em áreas de propriedade do município. Os valores são referentes ao mês de julho e serão corrigidos.

Segundo a promotora Rita Tourinho, coordenadora do Grupo Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa (Gepam), três empresas avaliaram a sede de praia para que fosse definido esse valor da indenização.



Planos

A partir da data de emissão da escritura, caberá ao Bahia demolir a sede e terá 60 dias para isso. Após esse prazo, a empresa Foz do Jaguaribe terá mais 120 dias para construir o novo Parque da Boca do Rio. O investimento é a contrapartida devida ao município pela concessão dada para construir o emissário submarino da Boca do Rio.

O projeto inicial previa um complexo olímpico, mas os custos de construção e manutenção inviabilizaram a ideia. A rapidez na definição do uso da área também pesou na escolha pelas quadras.

“Nosso receio era que aquilo se transformasse num novo Clube Português”, justifica Rita Tourinho, lembrando a ocupação da área desapropriada na Pituba pelo Movimento dos Sem Teto. O prédio que abrigava os alojamentos das divisões de base do Bahia será explorado por uma organização não-governamental(ONG), que ainda será selecionada, para desenvolver projetos sociais na Boca do Rio.


Federação defende reativação da piscina olímpica

Desde a demolição da Vila Olímpica da Bahia, vizinha à velha Fonte Nova, mais de mil alunos que frequentavam a escolinha gratuitamente ficaram sem ter onde nadar. Hoje, a única piscina com dimensões olímpicas (50m de comprimento e 8 raias) de Salvador está localizada na sede de praia do Bahia, prestes a ser aterrada.

Segundo o diretor da Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), Sued Awad, não há problema na estrutura da piscina, que precisa apenas de uma pequena reforma. Os filtros, bombas e blocos de partida retirados da piscina da Vila Olímpica estão guardados na Universidade Católica, em Pituaçu, segundo Awad.

Com a correta divisão de raias e horários, o dirigente acredita que poderia atender mais de 1,9 mil alunos caso a escolinha fosse reativada. Em vez disso, a piscina foi esvaziada há cerca de um mês e, pelo projeto do novo Parque da Boca do Rio, dará lugar a uma quadra.

A esperança de Awad é negociar junto ao prefeito eleito, ACM Neto, uma alternativa que permita a preservação do equipamento antes da concessão da escritura.

E usa até um argumento econômico para defender a piscina. “Uma piscina em condições de receber competição teria potencial pra movimentar inclusive a economia e o turismo. Num Brasileiro juvenil, Salvador poderia receber até 600 atletas. Se cada atleta viesse só com um acompanhante, já seriam 1.200 pessoas na cidade durante quatro dias”, alega.

Esse era o projeto original com piscina e tudo. Tudo foi mudado e agora Deus queira que o bom senso seja praticado. Pensar grande apóia a Federação de Esportes Aquáticos.
Correio da Bahia

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