sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Reúso de água poupa até 7 bilhões de litros

O sistema de reutilização foi inaugurado no Polo Industrial de Camaçari

JULIANA BRITO








O Projeto Água Viva, de reúso desse recurso na indústria da Bahia, deve ajudar a economizar até sete bilhões de litros por ano. O sistema de reutilização foi inaugurado ontem no Polo Industrial de Camaçari com a presença de autoridades e representantes da Cetrel e da Braskem, parceiras no projeto.

O presidente da Cetrel, empresa responsável pelo tratamento e disposição final dos efluentes e resíduos industriais, Ney Silva, explicou que o Água Viva é necessário porque o consumo das indústrias do Polo é maior que a capacidade de recomposição dos lençóis freáticos da Bacia de Camaçari. "Se ficássemos de braços cruzados, um dia não íamos ter nada para tratar". Desse volume reutilizado quase metade deve ser pluvial. O sistema vai suprir cerca de 30% da necessidade de água da Braskem, responsável por 70% do consumo do condomínio. A meta é fornecer 500 m3 a 800 m3 por hora para o Polo Industrial. Isso é o equivalente ao consumo médio diário de água potável de uma cidade com até 150 mil habitantes.

A princípio, a Braskem será a única a comprar a água reutilizada, mas no futuro outras empresas do Polo também poderão comprá-la. A diretora industrial da unidade de insumos da Braskem, Ana Carolina Viana, explica que a água será de 2% a 3% mais barata que a média paga no Polo. Outra vantagem é a economia de energia, que será de 40% em comparação a outros projetos do tipo.

O investimento em obras, equipamentos e tubulações foi superior a R$ 20 milhões. A Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep) custeou 80% desse valor. "Esse é um investimento que deve se pagar daqui a 15, 20 anos", estima Ana Carolina.

Outras unidades

O diretor operacional da Pam-pulha Engenharia, que executou a obra, Oldgard Freitas Jr., explica que parte da água dos efluentes (40%) que iria para tratamento na Cetrel e seria jogada no emissário submarino passará pela estação de tratamento. "É um projeto inovador principalmente por ser uma estação compacta. Além disso, permite maior disponibilidade de água potável para consumo humano", opina. O gerente de negócios na área de água da Cetrel, Eduardo Pedroza, frisa que o sistema é inteligente por separar os melhores efluentes para o reúso, o que significa economia com tratamento. A Braskem usará o sistema em outras unidades na Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul e México. "Outras empresas também estão interessadas no sistema", conta Pedroza.


Fonte: Jornal A Tarde

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