Política
A presidente Dilma Rousseff nomeará Ideli Salvatti para a Secretaria de Relações Institucionais, no lugar de Luiz Sérgio.
O ministro, atual titular do cargo, herdará a vaga dela no Ministério da Pesca e Aquicultura. Ideli foi chamada na tarde de ontem para uma conversa com a presidente Dilma. Após um longo processo de fritura, Luiz Sérgio almoçou no Palácio da Alvorada com Dilma, a quem entregou o cargo.
A articulação política do governo, que na prática vinha sendo desempenhada pelo ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil), é uma das principais críticas de aliados com relação à gestão de Dilma.
Com a substituição de Palocci por Gleisi Hoffmann em uma Casa Civil menos política e mais gestora, como quer Dilma, grupos do PT passaram a fazer forte pressão pela troca do petista Luiz Sérgio.
Embora Dilma tivesse demonstrado contrariedade com o processo de fritura a que Luiz Sérgio foi submetido pelo PT, que conspirava abertamente inclusive para indicar seu sucessor, o próprio ministro disse que a situação ficou insustentável e decidiu pedir demissão.
Em sua breve passagem pela pasta de Relações Institucionais, Luiz Sérgio não conseguiu fazer a interlocução do governo com os partidos e com a base aliada no Congresso, chegando a ser apelidado, ironicamente, de “garçom” - pois só anotava os pedidos. A crise política que levou à saída de Palocci, e agora de Luiz Sérgio, teve início no dia 15 de maio, após a Folha revelar que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010.
Líder da bancada do PT e depois líder do governo no Senado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Ideli Salvatti, 59, nasceu em São Paulo, mas fez carreira política em Santa Catarina.
Foi a primeira mulher eleita senadora pelo Estado e uma das fundadoras do PT local. Antes de chegar ao Senado, cumpriu dois mandatos como deputada estadual (1995 a 1999 e 1999 a 2003). Em janeiro deste ano foi nomeada por Dilma para o Ministério da Pesca e Aquicultura.
Após o anuncio, Ideli avisou que nem sempre será a “Idelizinha paz e amor”. Ela afirmou que não usará “apenas dois ouvidos” para negociar acordos com parlamentares, Estados e municípios.
“Não sei se vai ser a Idelizinha paz e amor, mas vou ouvir muito, negociar muito”, resumiu ela. Ideli também estreou um novo verbo para ditar a condução política do governo: “parceirizar”. E avisa que Gleisi Hoffmann (Casa Civil) não ficará longe da articulação política.
“Imaginar que a ministra Gleisi Hoffmann vai executar apenas tarefas de gestão é desconhecer sua trajetória”, disse Ideli. Sobre sua relação com o PMDB, principal aliado no governo, e o PT, partido que se embrenhou numa disputa interna para tentar indicar o novo nome para a articulação política, Ideli prometeu e pediu
Tribuna da Bahia
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