segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Algodão passa a sair pelo Porto de Salvador


A transferência da carga pode representar inicialmente uma economia de até 41% no frete rodoviário
O algodão do oeste baiano vai começar a ser exportado pelo Porto de Salvador a partir do ano que vem. A transferência da carga do Porto de Santos, por onde costuma sair, para o de Salvador será gradativa e poderá representar, inicialmente, uma economia de até 41% no frete rodoviário do algodão, além de possibilitar a criação de uma rota de conteiners para a Ásia. Após quatro anos de conversas, os cotonicultores negociam, agora, com as outras partes envolvidas no projeto as condições para a operação piloto, em junho 2015. “Está praticamente certo. Estamos acertando os últimos detalhes”, afirma o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Julio Busato. Metade da produção de algodão do oeste costuma ser exportada para a Ásia por Santos, a 1.700 km, ou, quando isso não é possível, segue pelo Porto de Paranaguá, no Paraná. Salvador encurtará essa distância em 800 km. A estimativa dos produtores é começar o transporte com30% da carga no primeiro ano, o equivalente a 30 mil toneladas da fibra. Dentro de cinco anos, espera-se exportar toda a carga pela Bahia. A diretora comercial do Terminal de Contêineres de Salvador (TeconSalvador),Patrícia Iglesias, acredita que se a operação se consolidar, poderá incentivar outros negócios de grande porte. "A Jac Motors, porexemplo, está entusiasmada com a nova rota. Isso será bompara o armador e importante para o produtor", diz.
Prós e contras
 
O frete rodoviário da tonelada do algodão vai ser reduzido de R$ 260 para R$ 160, em média, mas essa vantagem, a princípio, servirá apenas para parear o custo total da operação coma de Santos. É que o transporte marítimo pelo porto paulista é 42% mais barato e leva cerca de 20 dias a menos para chegar aos principais destinos na Ásia. Gerente da regional leste de Salvador encurtará a distância para a Ásia em 800 km um dos armadores que vão operar o projeto piloto, CMA CGM, Jorge Castro diz que o plano é tornar-se um pouco mais competitivo ainda em 2015 e chegar a 2020 pareado com Santos. "Mas nada disso é promessa e acontecerá na medida em que as cargas vierem", diz. O presidente eleito da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Celestino Zanella, lembra que a carga já foi enviada por Salvador no passado, mas, segundoele, por ineficiênciado porto, os produtores pararam de usá-lo. “A intenção é que dessa vez dure. Mas será necessário que todas as partes colaborem”.

Fonte: A Tarde Online

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