Acusação de Calero sobre
pressão de Temer coloca governo do PMDB na corda bamba
Grasielle
Castro15 minutos atrás
O depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal que expôs
pressão do presidente Michel Temer para que a pasta resolvesse o problema pessoal do ministro da Secretaria
de Governo, Geddel Vieira Lima, agravou a crise do governo.
A Procuradoria Geral da República recebeu o depoimento de Calero e
avalia se pedirá ao Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito contra Geddel. Já a oposição
fala em pedir o impeachmentdo presidente. Vice-líder do PT, Paulo Pimenta
(RS), dispara: “Isso é passível de impeachment”.
O pedido de imepachment já estudado por integrantes do Partido dos
Trabalhadores, caso seja identificado crime de responsabilidade. O discurso da
gravidade da postura do presidente é endossado pelo líder da Rede, Alessandro Molon (RJ). "Se confirmar, a
denúncia é extremamente grave”, emendou.
Outro lado
Temer confirma a conversa com
Calero, mas nega pressão. Porta-voz da presidência, Alexandre Parola afirmou
que o presidente “sempre endossou
caminhos técnicos para solução de licenças em obras ou ações de governo”.
O presidente disse estranhar a
afirmação do ministro de que "o presidente o teria enquadrado ou pedido
solução que não fosse técnica”.
De acordo com o jornalista Kennedy Alencar, a Polícia Federal informou ao Ministério da Justiça que o ex-ministro
gravou os encontros.
Revelações
À Polícia Federal, Calero disse
que o presidente pediu para ele construir uma saída para que o processo fosse
encaminhado à Advocacia-Geral da União, porque a ministra Grace Mendonça teria
uma solução. Disse ainda que o presidente afirmou que “a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão”.
Entenda o caso
O empreendimento de luxo do La Vue
Ladeira da Barra, pivô da demissão de Calero, foi
embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),
no último dia 16. Segundo o ex-ministro, assim que assumiu o comando da Cultura
passou a ser pressionado por
Geddel para elaborar outro parecer.
"Então você me fala,
Marcelo, se o assunto está equacionado ou não. Não quero ser surpreendido com
uma decisão e ter que pedir a cabeça da presidente do Iphan", afirmou
Calero à Folha de S.Paulo.
"Uma situação como essa, de
um ministro ligar para outro ministro pedindo interferência em um órgão público
para que uma decisão fosse tomada em seu benefício, não é normal e não pode ser
vista assim. Não é normal", afirmou ao Estado de S.Paulo.
Calero afirmou ainda que o
ministro disse ter comprado o imóvel "com a maior dificuldade”. A unidade é avaliada em R$ 2,5 milhões.
Geddel
reconhece a compra do imóvel e que tratou sobre o assunto com Calero, mas nega conflito de interesses. "É uma situação absolutamente tranquila e serena. Tratei o
ministro Calero com transparência, com tranquilidade, com serenidade",
disse ao HuffPost Brasil no sábado (19).
Ex-ministro da Cultura
gravou Temer, Geddel e Eliseu Padilha
robsonbonin6
horas atrás
Depois de acusar
a cúpula do governo de tentar pressioná-lo a liberar
uma obra de interesse pessoal do ministro da Secretaria de Governo, Geddel
Vieira Lima, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero entregou à Polícia Federal
gravações das conversas que teve sobre o assunto com o presidente Michel Temer,
com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o próprio Geddel. Em
depoimento à PF, o ex-ministro narrou detalhes de como Temer e seus dois
principais ministros teriam tentado forçá-lo a liberar a construção de um
prédio residencial em uma região tombada pelo patrimônio histórico em Salvador.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, subordinado a Calero,
havia embargado a obra.
Além de
gravar Temer e seus dois ministros de confiança, o ex-ministro da Cultura
registrou as conversas que teve com dois auxiliares do presidente. O próprio
Palácio do Planalto obteve a confirmação da existência dos áudios. “As
gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que
aparentemente estava no bolso do Calero”, disse um ministro palaciano a VEJA.
Procuradoria-Geral deve
pedir inquérito contra Geddel ao STF
Ueslei Marcelino/Reuters
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O ministro Geddel Vieira Lima, durante reunião com deputados na última
terça (22)
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UOL
LEANDRO COLON
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CAMILA MATTOSO
DE BRASÍLIA
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CAMILA MATTOSO
DE BRASÍLIA
25/11/2016 02h01
O depoimento de Marcelo Calero à
Polícia Federal deve levar a Procuradoria-Geral da República (PGR) a
pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma abertura de inquérito contra o
ministro Geddel Vieira Lima.
A inclusão do nome do presidente Michel Temer e do
ministro Eliseu Padilha neste pedido ao STF é cogitada na Procuradoria, mas,
segundo a Folha apurou,
dependerá de análise mais profunda do contexto em que são mencionados sobre
atos praticados no exercício de suas funções.
No caso de Geddel, os investigadores já avaliam
haver indícios para um inquérito.
Uma investigação permitirá a realização de
diligências, a quebra de sigilos, entre outras coisas que aprofundem a busca
por informações.
O depoimento de Calero foi enviado pela PF ao STF,
que, na tarde desta quinta-feira (24), o remeteu para a PGR.
No despacho ao Supremo, a PF já solicita a abertura
de uma investigação
contra Geddel, acusado por Calero de pressioná-lo a rever decisão do
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) que impede a
construção de um empreendimento imobiliário onde o ministro da Secretaria de
Governo adquiriu apartamento.
Em análise preliminar do caso, integrantes da
Procuradoria destacam, reservadamente, dois crimes que podem ser alvo de
investigação contra o trio Geddel, Temer e Padilha.
Um deles é a advocacia administrativa, tipificada
pelo artigo 321 do Código Penal. Trata-se do ato de "patrocinar, direta ou
indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário".
Em sua nota de defesa das acusações de Calero,
Temer admitiu que discutiu a questão do Iphan, questionado por Geddel, em
reunião com o ex-ministro da Cultura.
O peemedebista alega que "buscou arbitrar
conflitos entre os ministros e órgãos da Cultura sugerindo a avaliação jurídica
da Advocacia Geral da União".
No caso de Geddel, os indícios são maiores porque
ele admite ter tratado de um tema de seu interesse privado com Calero, embora
negue qualquer tipo de pressão.
Outro delito a ser analisado pela PGR é o de crime
de responsabilidade, que pode ser atribuído ao presidente da República e aos
dois ministros citados por Calero.
O crime já é mencionado na representação que a
oposição fez à PGR no começo da semana em que pede investigação contra Geddel.
O depoimento do ex-ministro da Cultura, aliás, será
avaliado junto com essa solicitação dos parlamentares.
A PGR não tem prazo para dar seu
parecer ao STF, que será então analisado pelo ministro responsável, cujo nome
ainda não está definido.
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) refutou as acusações do ex-ministro
da Cultura, Marcelo Calero, contra o presidente Michel Temer. Em entrevista à
Folha de S. Paulo, Maia disse que não acredita que Calero tenha sido
pressionado por Temer para viabilizar a construção do empreendimento La Vue, no
bairro da Barra, em Salvador. "Esse Calero enlouqueceu. Michel não faz isso.
Não acredito, não é perfil do Michel", declarou. Em depoimento à Polícia
Federal o ex-ministro da Cultura relatou que foi pressionado por Temer durante
reunião na última quinta-feira (17) para liberar a construção do empreendimento
La Vue, no bairro da Barra. Ele disse em audiência que Temer o
"enquadrou" para encontrar uma "saída" para a obra de
interesse do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. O porta-voz
da Presidência da República, Alexandre Parola, defendeu o presidente,
argumentou que Temer trata todos os ministros como iguais e "jamais
induziu algum deles a tomar decisão que ferisse normas internas ou suas
convicções". O porta-voz também relata que Temer conversou duas
vezes com Calero "para solucionar impasse na sua equipe e evitar conflitos
entre seus ministros de Estado".
Fonte:bahianoticias
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