Delação
de executivos da Odebrecht mira 130 políticos
Agência O
Globo
Agência O
Globo -4 horas atrás
Depois de nove meses de longas e tensas negociações, o empresário
Marcelo Odebrecht e mais 76 executivos da Odebrecht deverão concluir nesta
quinta-feira a assinatura dos acordos de delação firmados com a
Procuradoria-Geral da República dentro da Operação Lava-Jato. Os acordos, os
mais esperados desde o começo da investigação, têm potencial para colocar em
xeque o sistema de financiamento eleitoral do país, como disse ao GLOBO uma
fonte da operação.
Nas negociações pré-delação, os executivos da empreiteira fizeram
acusações contra líderes de todos os grandes partidos governistas e da
oposição. Pelo menos 130 políticos, entre deputados, senadores, ministros e
ex-ministros deverão ser atingidos pelas delações. Segundo fontes ligadas às
negociações, entre os citados estão o presidente Michel Temer (PMDB), os
ministros José Serra (Relações Exteriores), Geddel Vieira Lima (Secretaria de
Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
Nas delações também estariam os nomes do ex-presidente Lula, do senador
Aécio Neves (PSDB-MG), dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB);
de Minas, Fernando Pimentel (PT); e do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Foram
feitos relatos também sobre pagamentos supostamente ilegais para as campanhas
da ex-presidente Dilma Rousseff.
Sobraram acusações, ainda, para os ex-ministros Antonio Palocci e Guido
Mantega, que estiveram à frente da Fazenda nos governos Dilma e Lula. Os
delatores também acrescentaram novas denúncias
contra o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e contra o ex-governador do
Rio Sérgio Cabral, que já estão presos por conta de outras acusações na
Lava-Jato.
Os acordos são considerados devastadores pela importância dos políticos
atingidos e também pela riqueza de detalhes e provas dos crimes. Por exigência
do procurador-geral, Rodrigo Janot, e de outros investigadores, os delatores
tiveram que apresentar documentos para comprovar as fraudes e a movimentação do
dinheiro desviado dos contratos com a Petrobras e outras áreas da
administração.
Entre os documentos que tornam mais impactantes as denúncias estão
cópias de e-mails em que executivos trataram das obras irregulares e dos
pagamentos de propina. As acusações são enriquecidas também com extratos
bancários e o vasto arquivo do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht,
uma área criada para facilitar o pagamento de propina a pedido de diversos
setores da empreiteira.
Os acordos de delação estão associados ao de leniência da empreiteira.
Por ele, a Odebrecht deverá desembolsar mais de R$ 6 bilhões em multas. Parte
dos recursos deverão ser destinados aos Estados Unidos e à Suíça, também
envolvidos nas negociações da leniência. Pelo acordo, a empresa reconhece a
prática de atos ilegais e se compromete a corrigir os erros. Ontem, faltava
decidir quanto destes R$ 6 bilhões será enviado aos dois países.
Pelo acordo de delação, Marcelo Odebrecht deverá ser punido com dez anos
de prisão, sendo dois anos e meio em regime fechado e o restante no semiaberto
com progressão para a prisão domiciliar. Como o empresário já está na cadeia
desde 19 de junho de 2015, ele deverá mudar de regime em dezembro de 2017. Ele
teria pleiteado passar o Natal com a família, mas o pedido foi rejeitado pelos
procuradores.
Os acordos preveem prisão domiciliar para os delatores, inclusive para o
pai de Marcelo, Emílio Odebrecht. Vários delatores terão que usar tornozeleira
eletrônica. Advogados dos réus se reuniram ontem com procuradores em Brasília e
em Curitiba para começar a assinaturas dos acordos. Mas ainda havia alguns
detalhes que estavam sendo acertados. Ontem, para evitar chamar a atenção, os
advogados e delatores ficaram alojados em pelo menos 12 hotéis de Brasília.
Segundo uma fonte, o processo deve ser concluído hoje. A partir da
assinatura dos acordos, os delatores serão chamados para depor e apresentar
detalhes das acusações que prometeram fazer. Os investigados deverão ser
ouvidos em Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, entre
outros lugares.
Em nota, a Odebrecht disse que não se manifestará
sobre o caso, mas reafirmou “seu compromisso com uma atuação ética, íntegra e
transparente, expressa por meio das medidas concretas já adotadas para reforçar
e ampliar o programa de conformidade nas empresas do grupo. Entre as medidas
estão a criação do cargo de Responsável por Conformidade e do Comitê de
Conformidade, ligados ao Conselho de Administração para garantir total
independência, e a adesão a pactos de ética empresarial de entidades como ONU e
Instituto Ethos.
No próximo dia 30, os membros da Comissão Especial da Ferrovia Engenheiro Vasco Neto, antiga Fiol, e do Porto Sul vão ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, em Brasília, para uma audiência com o ministro Maurício Quintela. A agenda foi aprovada durante a sessão ordinária da comissão nesta quarta-feira (23/11).
Proposta pela presidente do colegiado, deputada Ivana Bastos, a viagem terá como pauta a atualização das informações sobre a continuidade das obras da ferrovia e do porto na Bahia. “Precisamos fazer essa movimentação, pois temos a informação de que alguns canteiros de obras já estão retomando as atividades, mas ainda de forma discreta. Essa ação do colegiado é fundamental para que a retomada seja completa”.
Ainda a deputada lembrou dos resultados das caravanas anteriores promovidas pela comissão. “Na última viagem a Brasília, descobrimos um problema que não estava em pauta e impossibilitava os projetos do porto. Trouxemos a demanda para a Bahia e, em consonância com Brasília, resolvemos. O objetivo é juntar todos os órgãos e empresas envolvidas no processo para verificar as pendências e trabalhar para saná-las”, frisou.
Ao final da reunião, a parlamentar convocou os presentes para uma audiência pública que também acontecerá em Brasília na mesma data. No evento será debatida a situação atual da execução do Programa “Luz para Todos” em todo país.
Fonte:Bahiaeconomica
Noticias publicadas no UOL
Plenário deve votar hoje.
- Câmara articula um novo texto com anistia a Caixa 2.
- Acerto entre lideres prevê derrubar texto aprovado em
comissão.
-Maia: não há anistia a crime inexistente
Ministro é acusado de
pressionar por obra
-Janio: Temer levou Geddel ao governo sabendo quem ele era.
-Josias: Geddel é o novo temporal.
-Projeto de aliado tenta reduzir
Iphan.
Nenhum comentário:
Postar um comentário