quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O Brasil precisa acabar com a “pouca farinha meu pirão primeiro” lema usado pela maioria dos políticos.




PF envia depoimento de Calero contra Geddel ao STF

Descrição: VEJA.comDescrição: VEJA.com


Edgoncalves 123 1 hora atrás



 

Descrição: alx_secretario-cultura-marcelo-calero-20160520-003_original.jpeg

© image/jpeg alx_secretario-cultura-marcelo-calero-20160520-003_original.jpeg

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero prestou depoimento nesta quarta-feira sobre o episódio de suposto tráfico de influência do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. A PF enviou o depoimento para o Supremo Tribunal Federal (STF), que vai decidir agora se abre ou não uma investigação contra Geddel e outras autoridades com foro privilegiado envolvidas no caso. 

O ex-ministro acusa Geddel de pressioná-lo para liberar a construção de um prédio de luxo em Salvador (BA) para atender a um interesse pessoal. O ministro da Secretaria de Governo, que é próximo do presidente Michel Temer e recebeu apoio das lideranças do Congresso para permanecer no cargo, comprou um apartamento no empreendimento. O prédio está sendo construído em uma área de interesse histórico – por isso, o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado ao Ministério da Cultura, embargou a obra. Essa pressão por emitir um parecer técnico teria motivado Calero a pedir demissão do posto de ministro na sexta-feira passada.

O STF deve mandar as declarações de Calero ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que opine sobre a abertura, ou não, de inquérito criminal sobre o caso. Uma eventual recomendação a favor da investigação dificulta que algum ministro arquive o caso de ofício. O ex-ministro não quis falar sobre o caso.


Descrição: http://www.bahiaeconomica.com.br/ckfinder/userfiles/images/procC2.jpg

 

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da Operação Lava-Jato, criticou duramente a tentativa de deputados e senadores de apresentar projeto para anistiar caixa dois e outros crimes relacionados a movimentação de dinheiro de campanha eleitoral. Num veemente discurso, o procurador disse que se trata de uma manobra espúria de auto-anistia contra a corrupção. Santos Lima conclamou a população a reagir e a impedir a aprovação da proposta que, para ele, acabará com a Lava-Jato e obrigará a liberação até de presos do mensalão.
 

“Pretendem com isso anistiar a corrupção. Isso acaba com a necessidade da operação Lava-Jato. Não posso investigar fatos que não são crimes. A partir do dia que dessa lei for sancionada, esses fatos não serão crimes. Pior que isso, vamos ter que liberar muita gente presa. Vamos ter que liberar condenados do mensalão. José Dirceu, por exemplo, terá que ser liberado no dia seguinte a sanção dessa lei”, disse o procurador.


Santos Lima fez ainda um forte chamado a população para reagir a partir de agora contra esta e outras iniciativas que, para ele, terão como objetivo criar um salvo-conduto geral para corruptos em todos os quadrantes do país. Ele sustenta que o sistema político está corrompido pelo poder econômico. O procurador reafirma ainda que a corrompido não pode ser encarada como um dado natural, uma “graxa” para manter a estrutura do estado em funcionamento.(G1)

 

Manchetes impactantes
 
-Projeto deve ser votado na próxima semana.
-Após polêmicas,Câmara recua e adia votação da anistia ao Caixa 2 eleitoral.
-Deputados poderão votar pacote anticorrupção sem se identificar,
-Moro critica anistia e diz que impactaria as investigações da Lava Jato.
)pinião sobre caixa 2
Sakamoto : Se Câmara aprovar anistia,Brasil é país de otários.
Canzian: Temer parece crer no “golpe”.
Acusado de pressionar por obra.
-Pivô de crise Geddel anuncia aumento de verba para emendas.
- Janio : Temer sabia quem era Geddel.

 

 

 

 



Descrição: fernando canzian

É repórter especial da Folha. Foi secretário de Redação, editor de política, do "Painel" e correspondente da Folha em NY e Washington. Vencedor de quatro prêmios Esso.


Temer parece convencido de que assumiu com um golpe

Alan Marques - 21.nov.2016/Folhapress
Descrição: O presidente Michel Temer, ministros e integrantes do Conselhão em reunião na segunda (21)
O presidente Michel Temer, ministros e integrantes do Conselhão em reunião na segunda (21)

24/11/2016 10h26
 

Pelo modo como age, o presidente Michel Temer até parece ter sido convencido pela tal "narrativa do golpe" que o acusou de ilegítimo para substituir Dilma Rousseff.
Com visível perda de ímpeto, seu governo tenta promover a maior mudança constitucional desde 1988 com um esclarecimento incompleto e envergonhado à população do que está em jogo na PEC do teto e na reforma da Previdência.
Sem seu empenho e protagonismo, e em meio à operação para anistiar o caixa dois no Congresso, Temer aumenta a suspeita de que o maior objetivo de seu governo era mesmo "estancar a sangria" da Lava Jato.

Enquanto Lula convida seu colega uruguaio José Mujica e Chico Buarque para manifestação contra as reformas na av. Paulista, Temer pediu na terça (22) que empresários do chamado Conselhão defendam as mudanças. Como se empresário fosse popular e tivesse capacidade de mobilização.
Ao deixar a discussão para as redes sociais, o presidente só ganha adversários. A maioria instrumentalizada por aqueles que deveriam perder privilégios, sobretudo os representados pelas centrais de servidores.
Temer tomou posse definitiva no final de agosto e nos encaminhamos para o fim de novembro. Em quase três meses, nem o presidente nem nenhum de seus ministros tiveram a coragem e a delicadeza de explicar abertamente ao Brasil o que está em jogo.
Seja em um pronunciamento na TV ou por meio de campanhas didáticas sobre a necessidade urgente e inescapável de tais medidas.
Se está com medo de panelas, Temer tem um ministro neutro como Henrique Meirelles (Fazenda) apto a explicar a gravidade do momento. O Rio e o Rio Grande do Sul quebrados são eloquentes para escancarar o risco de não fazer nada.
A próxima batalha, a da Previdência, também oferece muita munição ao governo. Basta lembrar que só em 2015 menos de 1 milhão de aposentados e pensionistas do setor público geraram deficit de mais de R$ 70 bilhões. No privado, o deficit foi de R$ 86 bilhões, mas para 24 milhões de aposentados.
Cheio de trejeitos com as mãos, Temer se apequena ao evitar sujá-las minimamente em uma causa legítima depois do que o país passou para que ele chegasse onde está.

Descrição: janio de freitas

Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa as questões políticas e econômicas. Escreve aos domingos e quintas-feiras.

Temer levou Geddel ao governo sabendo a quem entregava o poder

24/11/2016 02h00

 

O enredo em que se inclui a ação audaciosa e impune de Geddel Vieira Lima não tem a simplicidade de um golpe a mais de tráfico de influência, como é tratado. Se não está no início, Michel Temer está no meio de um encadeamento de atos merecedores de mais do que uma nova anotação na folha corrida de Geddel.
Entre os primeiros atos de pretensa organização do seu governo, Temer decidiu extinguir o Ministério da Cultura, ao qual se ligava o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan. Uma secretaria, de preferência pendurada na Presidência da República, substituiria o ministério. A explicação para o rebaixamento foi a redução de gasto. Inconvincente, porque o próprio Temer, surpreendido pela reação de intelectuais e artistas, dizia serem mantidos na secretaria todos os programas e funções do ministério. Logo, também os gastos significativos.
As críticas venceram. Temer recuou, emitindo medida provisória de recriação do ministério. Nela, porém, uma farpa intrometia a criação da Secretaria Nacional de Patrimônio Histórico. A exemplo das demais secretarias, aninhada na Presidência. A finalidade desse órgão foi captada pelo repórter Evandro Éboli ("O Globo") com a deputada Mara Gabrilli, relatora da MP: "Mergulhei para entender a importância dessa secretaria [Mara ouviu muita gente]. E vi que a importância dela era tirar a importância do Iphan" –o responsável, entre muitos fins, por julgar a relação entre o patrimônio ambiental e empreendimentos (oficiais ou privados) que possam prejudicá-lo. Caso da edificação defendida pela advocacia administrativa de Geddel Vieira Lima.
A deputada retirou da MP a criação da secretaria que ia muito além da suspeição de finalidade. Ficou porém, indelével, a autoria de Michel Temer na sequência de atos pouco explicados e nada justificáveis, referentes a decisões sempre representativas de alto valor financeiro, além de outros valores. Inalcançados os objetivos dos atos de Temer, Geddel viu-se na contingência de pressionar o então ministro Marcelo Calero, para obter-lhe a licença da edificação negada pelo Iphan.
Nesta altura, cabe um recuo no enredo, para registrar dois outros atos inexplicados. O Instituto do Patrimônio na Bahia é regido pelos mesmos princípios e fins do Iphan central, mas cedera a licença. O prefeito de Salvador, ACM Neto, com tanta responsabilidade pelo patrimônio ambiental da cidade quanto o Iphan, também autorizou a edificação prejudicial. Em gravação telefônica do presidente da OAS, Léo Pinheiro, ficou a comprovação de visita em que Geddel obteve concessão de ACM Neto. Mais de uma. Fatos que mereceriam ser investigados.
Tanto ou mais do que eles, conviria uma investigação da Polícia Federal da "compra" de apartamento alegada por Geddel, como razão do seu interesse no gabarito extraordinário do prédio. São dados importantes nos casos de advocacia administrativa, em que não são raras retribuições em imóvel ou outros bens, se houver êxito da manobra no governo para o privilégio pretendido. Investigar não só por se tratar de Geddel com seu histórico particular, mas por muitos acreditarem que o Brasil pós-Lava Jato não é mais o mesmo.
Na Câmara, Geddel já se livrou, com apoio do PSDB, do depoimento sugerido mais em seu favor do que contra. Suas lágrimas sensibilizaram os líderes. Geddel, aliás, é um caso de lacrimoso bem sucedido. Como integrante dos "Anões do Orçamento", o grupo de baixinhos que deturpava o Orçamento do país em favor dos próprios bolsos, escapou da cassação por passar uma noite inteira chorando e implorando a Luís Eduardo Magalhães, seu adversário, que conseguisse excluí-lo da lista de punições em montagem naquelas horas. Hoje é uma pessoa rica, para a qual Antonio Carlos Magalhães criou o bordão lembrado por determinadas informações: "Geddel foi às compras". O patrimônio subira.
Calero duvidou da idoneidade de Geddel. Michel Temer, não. Levou-o para a Presidência da República sabendo muito bem a quem entregava uma boa fatia do poder. Se aí não for o início do enredo, Michel Temer está ainda mais atrás.

UOL Notícias                                                                  Cotidiano


Se anistiar caixa 2, Congresso decretará que o Brasil é um país de otários

Leonardo Sakamoto

24/11/2016 09:51

A Câmara dos Deputados perdeu o (pouco) pudor (que ainda tinha) ao negociar, para embutir no pacote de medidas anticorrupção, uma anistia a quem utilizou-se de caixa 2. Os nobres parlamentares querem reduzir o impacto das delações premiadas dos quase 80 empregados da construtora Odebrecht que estão sendo assinadas com o Ministério Público Federal.
Com exceção do PSOL e da Rede e de grupos de parlamentares contrários às lideranças de seus partidos, que fazem parte das articulações para o Salve Geral, esta é uma ocasião em que boa parte do governo e da oposição estão juntos para salvar seu próprio pescoço.
Se aprovada a anistia, o crime de caixa 2 só valeria se cometido de agora em diante. Para os parlamentares, o que passou passou.
O problema é que não passou. A população brasileira mais pobre é a que mais sofre devido às relações incestuosas e pornográficas estabelecidas entre políticos e empresários em financiamentos de campanhas.
Empresas que compram políticos querem ver seu investimento dando retorno – seja na forma de informações privilegiadas, seja no favorecimento para contratos com o Estado. Que não seguem o interesse público e, muitas vezes, desviam recursos que poderiam ser usados para garantir melhor qualidade de vida ao andar de baixo.
Agora, o Congresso Nacional está prestes a dar uma banana para o país. O mesmo Congresso que também irá aprovar uma reforma trabalhista e uma reforma previdenciária (que irão revogar direitos da população mais pobre) e que irá impor um teto ao crescimento de investimento em serviços públicos.
Aqui é como a Atenas antiga: cidadãos são políticos e empresários, que fazem as leis que os beneficiam e os perdoam. E os não-cidadãos são o resto, a xepa, que encara sozinho o rigor da lei. Até porque rico não rouba, rico sonega.
Enquanto isso, Valdete foi condenada a dois anos de prisão em regime fechado por ter roubado caixas de chiclete. Franciely foi acusada de roubo de duas canetas mesmo após ter mostrado o comprovante de pagamento por ambas em um hipermercado. Maria Aparecida foi mandada para a cadeia por ter furtado um xampu e um condicionador em um supermercado – perdeu um olho enquanto estava presa. Sueli foi condenada pelo roubo de dois pacotes de bolacha e um queijo minas em uma loja. Ademir, no desespero, furtou coxinhas, pães de queijo e um creme para cabelo em um supermercado. Foi levado a um banheiro e espancado até a morte.
Diante do quadro geral, se os nobres deputados e senadores resolverem aprovar essa anistia e Michel Temer sanciona-la e a população permanecer em berço esplêndido sem se dignar a arranhar uma mísera panela quando a notícia aparecer no jornal na TV, sugiro que o país feche para ensaio.
Com um pouco de treino e quase 200 milhões de figurantes, podemos alegrar a memória de Nelson Rodrigues com uma grande encenação da peça ''Perdoa-me por me traíres''.

obre o autor

Descrição: SakamotoLeonardo Sakamoto

É jornalista e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Cobriu conflitos armados em diversos países e o desrespeito aos direitos humanos no Brasil. Professor de Jornalismo na PUC-SP, foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York (2015-2016), e professor de Jornalismo na ECA-USP (2000-2002). É diretor da ONG Repórter Brasil e conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão.

Operação Lava Jato

-LULA não me indicou para cargo em 2003,diz Cerveró.

-Delator nega que petista o indicou para diretor internacional da Petrobras

-N]ao sei se LULA pediu propina,diz Costa.

Nenhum comentário: