domingo, 27 de novembro de 2016

Noticias sobre Temer - 27.11.16



 Leia para que tome conhecimento sem cor partidária o que são noticias neste domingo.
 


 
Contra anistia ao caixa 2, grupos que pediram saída de Dilma ensaiam "Fora, Temer"
 
Em São Paulo
27/11/201608h27
  • Luís Cléber/Agência Estado
     
    20.nov.2016 - Manifestação convocada pelo Vem pra Rua em apoio ao juiz Sergio Moro e a operação Lava Jato na avenida Paulista
    Menos de três meses após o impeachment de Dilma Rousseff, grupos responsáveis pelas manifestações de rua ameaçam agora pedir a saída de Michel Temer caso ele sancione um eventual projeto de anistia ao caixa 2.
    Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Nas Ruas acusam o Planalto de condescendência com parlamentares que tentam descaracterizar o pacote anticorrupção em discussão na Câmara.
    Os grupos se reunirão em um protesto pela primeira vez desde a destituição da petista no próximo dia 4, na avenida Paulista, e o tema principal é o combate a uma eventual anistia.
    O desgaste de Temer foi ampliado após as denúncias feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que levaram à queda de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo. Principal articulador político do presidente, Geddel foi acusado de pressionar o colega para liberar a construção de uma obra em Salvador embargada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
    "A nossa palavra de ordem vai depender de como Temer agir. Se passar na Câmara a anistia e ela for sancionada, vamos então pedir o 'Fora, Temer'", disse Carla Zambelli, líder dos Nas Ruas e uma das porta-vozes do Convergência, que reúne 40 movimentos em diferentes Estados.
    Após a repercussão negativa da articulação na Câmara, aliados de Temer passaram a divulgar que o presidente vetará qualquer proposta de anistia que chegue ao Palácio do Planalto. Até então, o presidente vinha dizendo que respeita decisões do Congresso e chegou a sinalizar, em entrevista, que sancionaria o texto.
    O Vem Pra Rua lançou nas redes sociais a hashtag #vetatemer e se aproximou do PSOL, partido de esquerda que combateu o impeachment de Dilma. "Vamos apoiar fortemente ações como a do deputado Ivan Valente, do PSOL, que está pressionando para que a votação seja nominal. Estamos abertos para conversar com qualquer partido alinhado com a nossa causa. Por isso vamos parabenizá-lo", disse Rogério Chequer, porta-voz do grupo.
    Reduto de políticos tucanos e da antiga oposição, o Vem Pra Rua tem sido enfático. "Não vi o Temer se posicionar contra isso (anistia ao caixa 2). Gostaria de ouvir. Estamos de olho no Temer e no (deputado) André Moura (PSC-SE, líder do governo na Câmara). Estamos juntando evidências", afirmou Chequer.
    Segundo o ativista, o presidente terá uma dura decisão nas mãos. "Temer vai ter que escolher se é à favor dos políticos corruptos ou está ao lado da sociedade".
    Além do veto, porém, para não arcar com o ônus o presidente precisará articular sua base para que a decisão não seja derrubada na Câmara posteriormente.
    Autores do pedido de impeachment de Dilma, a advogada Janaina Paschoal e o jurista Miguel Reale engrossam a pressão sobre Temer. "Afirmo de maneira categórica que se esse projeto de anistia tiver andamento no Congresso e for sancionado pelo presidente, isso será uma situação inequívoca de quebra de decoro", disse Janaina.
    Na semana passada, a advogada usou o Twitter para cobrar a demissão de Geddel.
    Reale, por sua vez, avalia que ainda não há fato concreto para que se peça o impeachment de Temer, mas vê condescendência com a articulação pela anistia ao caixa 2. "Há um imenso desgaste. O problema não é só sancionar (a anistia ao caixa 2), mas dar sinal verde para as tratativas. As notícias indicam que ele não vetaria. Até agora, Temer não negou isso", disse Reale.
    PSDB
    Os juristas e os grupos de rua também estão afinados na crítica aos partidos que apoiaram o impeachment, em especial o PSDB. "Alguns líderes do partido estão mudos. Vários membros estão indicados como envolvidos", disse Reale.

"A posição do PSDB é lamentável. Será que querem assumir a Presidência em 2018 depois disso?", questionou Chequer, ampliando as críticas. (Pedro Venceslau) As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Movimentos populares engrossam coro por impeachment de Temer
 
 
Em São Paulo
27/11/201615h23
 
  • Cris Faga/Estadão Conteúdo
     
    Manifestantes protestam na em São Paulo contra a PEC 55 e a anistia para políticos
    Em reunião com representantes de movimentos populares e das frentes "Povo Sem Medo" e "Brasil Popular", no início da tarde deste domingo (30), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sugeriu que lideranças dos movimentos assinem até quarta-feira um pedido de impeachment do presidente Michel Temer.
    A base do pedido é a afirmação do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que Temer teria intercedido em favor do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima no caso edifício La Vue, em Salvador, embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado ao MinC.
    Neste domingo (30), manifestantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a PEC 55, que limita os gastos públicos para os próximos 20 anos, e contra tentativa de anistiar políticos beneficiados com caixa 2. O ato foi convocado pela Frente Povo Sem Medo.
    "Estamos com uma peça jurídica pedindo o impeachment, mas a ideia é que não seja assinada por parlamentares, mas por advogados e representantes da sociedade civil", disse Lindbergh.
    Segundo ele, o objetivo é atrelar o pedido de impeachment de Temer a outras pautas, como a realização de eleições diretas para presidente e a retirada da PEC do Teto. "Entendemos que qualquer solução tem de passar pela legitimidade do voto popular", afirmou o senador petista.
    Os representantes se comprometeram a encaminhar a proposta aos movimentos em caráter de urgência e dar uma resposta até, no máximo, quarta-feira. "A ideia é apresentar o pedido até quinta-feira", disse Lindbergh.
    Participaram da reunião representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o ator Fábio Assunção, entre outros. "Avaliamos que ao que tudo indica, dada a participação do presidente no episódio, os movimentos devem avaliar a proposta de subscrever o pedido de impeachment de Temer", disse Raimundo Bonfim, da CMP.
    Protestos
    Ainda no início da semana, representantes das duas frentes devem se reunir para traçar um calendário de mobilizações. Uma das propostas é a realização de um grande ato contra Temer no início de dezembro.
    "Existe uma proposta de abertura de processo de impeachment pelo crime de responsabilidade, pelo achaque, o tráfico de influência no caso do Calero. Estamos discutindo essa perspectiva", disse Guilherme Boulos, do MTST.

Hoje, Boulos lidera uma manifestação da "Frente Povo Sem Medo" na Avenida Paulista. O objetivo inicial é protestar contra a PEC do Teto, mas, diante do agravamento da crise política, a frente decidiu incluir o "Fora, Temer" na pauta do ato.
Congresso para impedir anistia ao caixa 2
Leandro Prazeres
Do UOL, em Brasília
27/11/201612h10 > Atualizada 27/11/201613h20
Imprimir Comunicar erro
  • Alan Marques/Folhapress
     
    Entrevista coletiva com Michel Temer (centro), Renan Calheiros (à esq.) e Rodrigo Maia
    O presidente Michel Temer (PMDB) anunciou neste domingo (27) um acordo entre o Poder Executivo e o Legislativo para "impedir" a tramitação da proposta que prevê a anistia ao crime do caixa 2, articulada por parlamentares no Congresso Nacional. Segundo o presidente, o acordo é uma forma de atender à chamada "voz das ruas".
    "Conversávamos eu, o presidente Rodrigo e o presidente Renan, e acordamos todos que não há a menor condição de, pelo menos patrocinado pelo presidente da Câmara e do Senado, levar adiante essa proposta", disse Temer em entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
     
    "Verificamos que era preciso atender aquilo que se chama voz das ruas, que é a reprodução de um dispositivo constitucional que diz que o governo não é nosso. [ ...] O poder é do povo. Quando o povo se manifesta, esta audiência há de ser tomada pelo poder Legislativo e igualmente pelo Poder Executivo", explicou o presidente.
     
    A chamada anistia ao caixa 2 vem sendo articulada na Câmara dos Deputados e previa que pessoas que receberam doações, contabilizadas ou não, de valores, serviços e bens para fins eleitorais ou político-partidários feitas até a data da entrada da nova legislação não seriam punidos. Críticos à proposta afirmam que ela seria uma forma de anistiar políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura, entre outras coisas, o financiamento de campanhas eleitorais.
     
    Maia e Renan afirmaram que não há espaço para a tramitação de um projeto dessa natureza no Congresso, e o presidente do Senado acrescentou que há outras prioridades, como votar medidas econômicas.
    Segundo Renan, até o final do ano serão concluídas as votações da LDO e da Lei Orçamentária de 2017.

"Essa matéria não deve tramitar. Temos outras prioridades para o Brasil. Estamos fazendo o ajuste fiscal, que considero que é obrigação, um dever. E vamos votar as matérias econômicas para nós retomarmos o crescimento da economia", disse Renan Calheiros. (Com Reuters)
 
 
É repórter especial. Ganhou prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Escreve às quintas e aos domingos.
Presidente Michel Temer, siga o exemplo do ex-ministro Geddel
27/11/2016 02h00
  • O presidente Michel Temer deveria seguir os passos de Geddel Vieira Lima e se demitir. Afinal, bem feitas as contas, praticou a mesma irregularidade de seu então auxiliar (advocacia administrativa).
    Trata-se de uma expressão técnica que, desbastada do juridiquês, significa uma violação da República, da coisa pública.
    Pior: trata-se de irregularidade publicamente admitida, primeiro por Geddel e depois pelo próprio Temer, pela boca de seu porta-voz.
    Chega a ser revoltante a desfaçatez com que ambos tentam minimizar a gravidade dos atos praticados. Geddel negou que tivesse pressionado o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, para liberar um prédio em que comprara um apartamento e que havia sido embargado pelo Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
    Disse que fizera apenas "ponderações". Qualquer pessoa com um dedo de sentido comum sabe que, quando o ministro mais poderoso do governo, até pela proximidade com o presidente, faz "ponderações" junto a um colega, está pressionando-o a adotar a posição desejada pelo "ponderador".
    Da mesma forma, Temer, segundo o porta-voz, tentou apenas "arbitrar" entre dois ministros em conflito. De novo, o mais elementar bom senso diz que não cabe a um presidente da República intrometer-se em interesses privados de qualquer um de seus auxiliares —a não ser para demitir quem desafiasse os valores republicanos, no caso Geddel Vieira Lima. Sempre haverá, entre os defensores do já velho novo governo, quem diga que a falta não é tão grave quanto os crimes em penca que estão sendo expostos dia sim, outro também, pela Lava Jato e outras investigações.

Alan Marques/Folhapress
 
Não é assim. O episódio Geddel e as tentativas de minimizá-lo demonstram precisamente a cultura política que está na raiz do assalto aos recursos públicos praticado em conjunto por agentes privados, públicos e políticos.
Quando um ministro e, pior ainda, um presidente acham admissível usar o cargo para advogar em favor de interesses privados viola-se a República. É simples assim. A partir desse desprezo pelos valores republicanos, abrem-se as portas para todas as demais violações.
Nunca é demais lembrar que essa cultura deletéria precede o governo Temer e os do PT, o que, evidentemente, não os absolve.
Geddel Vieira Lima foi um dos 37 deputados investigados, em 1993, pela CPI dos chamados "anões do Orçamento", parlamentares acusados de desviar dinheiro público por meio de fraudes com o Orçamento.
Desses todos, o relator, deputado Roberto Magalhães, do então PFL de Pernambuco, pediu a cassação de 18, entre eles, adivinhe, Geddel Vieira Lima, que, no entanto, acabou absolvido.

Mas seis perderam mandatos, clara indicação de que o esquema funcionava. O então senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) disse, à época, que Geddel só foi inocentado porque implorara ao filho de ACM, Luiz Eduardo, para ser poupado. Enfim, o fato de um "anão" ter sido promovido à cúpula da República acaba dando a dimensão real o governo
 ‘Fiz gravações telefônicas’ de Temer, diz Calero
Josias de Souza
27/11/2016 05:13
Pivô da maior crise do governo de Michel Temer, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero confirmou pela primeira vez em público que gravou conversas com o presidente da República e colegas de ministério. Ele não era um grampo ambulante, como se imaginou. Gravou seus interlocutores em diálogos telefônicos. Foi o que disse à repórter Renata Lo Prete numa entrevista que irá ao ar na noite deste domingo, no programa Fantástico.
“Por sugestão de alguns amigos que tenho na Polícia Federal, para me proteger e para dar um mínimo de lastro probatório a tudo aquilo que eu relatei no depoimento, eu fiz algumas gravações telefônicas”, declarou Calero. Ele citou Temer. E se absteve de mencionar os nomes dos ministros que grampeou. Conforme já noticiado aqui, foram captadas as vozes do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima e de Eliseu Padilha (Casa Civil).
No depoimento que prestou à Polícia Federal (íntegra aqui), Calero envolveu o próprio Temer e Padilha no caso Geddel. Inicialmente, ele havia relatado as pressões que diz ter recebido de Geddel para levantar o embargo à construção de um edifício de 30 andares em área rodeada de monumentos tombados pelo patrimônio histórico em Salvador. Depois, declarou à PF que as pressões partiram também de Temer e Padilha. Ambos aconselharam Calero a submeter a encrenca à Advocacia Geral da União, que cuidaria de liberar a obra.
Na versão relatada por Calero à PF, Temer lhe disse que Geddel ficara “bastante irritado.” A transcrição anota: “O presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo [que resultou no embargo da construção de prédio no qual Geddel comprara um apartamento] fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução.''
 


Nenhum comentário: