A inércia está dominando o tecido urbano de Salvador. Aqui nada se constrói de novo, pois toda intervenção urbana, seja ela qual for, é bombardeado por setores da sociedade que se encastelaram no passado. Tome-se, por exemplo, a proposta de construção de uma Arena de Shows na escarpa vizinha a Praça Castro Alves.
Com recursos do governo federal, surge a proposta de construir uma Arena de Shows numa das áreas mais degradadas da cidades, um investimento de R$ 25 milhões que poderia revitalizar a região e dar novo elã a histórica Praça Castro Alves, a praça que já teve o maior teatro da Bahia.
Essa recuperação das áreas centrais vem ocorrendo em todo o mundo e só é possível com a implantação de equipamentos que deem vida ao local. Apesar de todos os benefícios, a reação contrária ao projeto foi grande, não no âmbito da população, mas de grupos de intelectuais e militantes que se colocam contra qualquer projeto de intervenção no tecido urbano e, surpreendentemente, tiveram também o inesperado apoio do presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro.
Entre os argumentos contrários alguns são hilários como o que diz que "irá fortalecer o folclore da cidade das festas, traria confusão, bagunça e sujeira, ainda mais, para uma região já em franca decadência e degradação". Ora, a decadência da região existe exatamente porque não há qualquer investimento ou equipamento que a faça renascer.
Outro argumento contrário que não se sustenta é o da mobilidade urbana, que não será um problema para a nova Arena de Shows, que contará com o Terminal da Barroquinha, Terminal da França e Estação da Lapa como pontos de mobilidade.
É verdade que o projeto merece avaliação e que talvez seja exagerado o público previsto de 5 mil pessoas para a arena de Shows, mas isso pode e deve ser discutido.
O que não pode é prevalecer a inércia em relação a construção de equipamentos urbanos na cidade, afinal, a implantação da Arena de Shows é um passo importante na revitalização da Praça Castro Alves, assim como a implantação de hotéis, como o hotel Fasano e outros.
Armando Avena
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