quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cacau em Ilhéus e região....

 Cargill moderniza e amplia unidade de cacau em Ilhéus Inaugurada na década de 80, unidade local da empresa é a maior da América Latina em capacidade de processamento

A multinacional americana Cargill está investindo aproximadamente R$ 10 milhões para modernizar e expandir em 25% a capacidade de prensagem de cacau em sua unidade em Ilhéus, na BahiA capacidade de prensagem passará de 65 mil para 80 mil toneladas por ano, de acordo com Miguel Sieh, diretor da Unidade de Negócio Cacau e Chocolate da Cargill. O projeto de ampliação já foi iniciado e a conclusão está prevista para o início do próximo ano.


A prensagem é uma etapa posterior à moagem da amêndoa e resulta na separação entre a parte gordurosa (manteiga) e a parte sólida (pó) de uma pasta, o liquor, que é obtido no primeiro processamento do produto (moagem).

A manteiga é utilizada para a fabricação de chocolate e o pó serve para a produção de diversos itens do setor de alimentos, entre os quais sorvetes, achocolatados, bebidas lácteas e sobremesas.

Assim, a capacidade instalada nominal de processamento da unidade da empresa, de cerca de 85 mil toneladas, não aumentará. Essa capacidade é maior que a da prensagem porque parte do produto obtido com a moagem - o liquor - pode ser usada também na fabricação de chocolate sem passar pela prensagem.

A unidade em Ilhéus, inaugurada em 1980, período em que o Brasil era o segundo maior produtor mundial de cacau (na safra 2011/12 empatou com a Nigéria na quarta posição), foi a primeira da Cargill no segmento e hoje é, individualmente, a maior da América Latina em capacidade de processamento, conforme Sieh.

Além da ampliação do volume de prensagem, a multinacional também vai inaugurar uma nova plataforma de produção, com tecnologia mais eficiente do equipamento que reduz manutenção e garante maior confiabilidade no processo.

O investimento na prensagem visa atender ao crescimento do mercado consumidor de chocolates e derivados de cacau. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o consumo per capita de chocolate no país é de 2,2 quilos por ano ante 1,65 quilo há três anos. O aumento, segundo a Abicab, foi motivado pelo crescimento de renda da população, que passou a incluir o produto na cesta de compras.

O Brasil moeu, no ano passado, 235,76 mil toneladas de cacau, aumento de 2,89% sobre 2011, segundo a Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Sieh, que também preside a entidade desde julho, afirma que a moagem da amêndoa tende a crescer este ano entre 3% e 5% em relação a 2012.

A produção brasileira da matéria-prima ainda é insuficiente para atender à demanda das indústrias instaladas no país, mas muitas empresas estão otimistas com o crescimento da safra nacional. A colheita atingiu 220 mil toneladas na temporada 2011/12 (entre outubro de 2011 e setembro do ano passado), a maior dos últimos 18 anos, de acordo com a TH Consultoria e Estudos de Mercado.

Além da unidade de processamento em Ilhéus, a Cargill também conta com uma fábrica de chocolate industrial em Porto Ferreira (SP), inaugurada há cinco anos. Com capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano, a indústria recebeu investimentos iniciais da ordem de US$ 7 milhões.

E, de olho na perspectiva de crescimento da demanda por chocolate na Ásia, a companhia anunciou aportes de US$ 100 milhões para instalar uma fábrica na Indonésia, com previsão de iniciar a produção em 2014. A unidade marcará a entrada da Cargill no processamento de cacau no continente asiático. Nas Américas do Norte e do Sul, na Europa e na África, a capacidade existente soma 700 mil toneladas por ano. Esse total deverá crescer em 10% a 15% com a nova indústria.

Fonte: Valor Econômico/publicação da SICM

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