quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O MERCADO VAI MUDAR O CARNAVAL DA BAHIA

Em economia não há almoço grátis, por isso o carnaval de Salvador só vai mudar quando o circuito do lucro encontrar outros caminhos e, por isso também, a Prefeitura tem de intervir para que a maior festa cultural da Bahia mantenha seu caráter capitalista, mas sob o signo da diversidade e com a fiscalização do poder público.

A entrevista de Paulo Miguez, especialista na economia do carnaval, publicada nesta quarta-feira no portal dá a exata medida de como funciona o capitalismo no âmbito do entretenimento.

As cordas, por exemplo, que caracterizavam a exclusão no carnaval de Salvador sempre foram condenadas e muitos defendiam a volta dos trios que arrastam a chamada “pipoca”. A condenação nunca teve consequência até que o próprio sistema percebeu que o trio "pipoca" poder ser mais lucrativo ainda.

Segundo Paulo Miguez, as cordas estão começando a dar lugar ao trio aberto, mas sob a égide dos grande patrocínios que estão reduzindo o apoio a combinação bloco-estrela, para focar na combinação camarote-estrela.

Vale lembrar que no mercado capitalista nada destrói nada de imediato, por isso, durante muito tempo ainda vamos conviver com ambos os modelos de exploração da festa. E é aí que entra o papel da Prefeitura como ordenador desse processo e elemento de estímulo a diversidade de manifestações e de circuitos.

No mais, fica a certeza de que o carnaval gera emprego, renda e muita alegria e que o caminho é estimular seu desenvolvimento sob o manto fiscalizador e ordenador do setor público.

Armando Avena

BahiaEconomica

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