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do Josias de Souza
TSE considera
hipótese de poupar Michel Temer
Josias de Souza - Uol Noticias
25/09/2016 03:08
A equipe técnica do Tribunal Superior Eleitoral
julga ter reunido provas suficientes para sustentar que o financiamento da
campanha à reeleição de Dilma Rousseff e Michel Temer incluiu verbas desviadas
do esquema criminoso da Petrobras. São evidências documentais e testemunhais
suficientes para justificar a cassação da chapa que prevaleceu em 2014. Como
Dilma já foi deposta, o mandato que está em jogo é o de Temer. E já começam a
soar no TSE avaliações sobre a conveniência de poupar o substituto
constitucional de Dilma.
O blog
ouviu dois dos sete ministros que compõem o plenário do TSE. Um deles disse que
o tribunal não pode ficar alheio à conjuntura. Acrescentou que, ao julgar o
processo, os ministros “talvez tenham que fazer um juízo atenuatório, levando
em conta as consequências” de uma interrupção da Presidência de Temer. O outro
ministro declarou que “a eventual preservação do mandato do presidente
substituto não seria nenhuma aberração jurídica.”
Aberta a partir de representações feitas pelo PSDB,
a investigação da campanha de Dilma submete o TSE a um quadro inédito. O
tribunal jamais chegara tão longe na análise de uma prestação de contas
presidencial. A depender da vontade do seu presidente, o ministro Gilmar
Mendes, a Corte eleitoral transformará o processo num inventário implacável das
ilegalidades cometidas em 2014. Algo a ser amplamente divulgado, como uma
resposta à altura da tentativa do PT de converter a Justiça Eleitoral em
lavanderia de verbas sujas.
Se a chapa Dilma-Temer fosse cassada pelo TSE até o
final do ano, o brasileiro teria a oportunidade de escolher um novo presidente
da República em eleição direta. É o que determina a Constituição. Entretanto,
são grandes as chances de o julgamento ser empurrado para 2017. Nessa hipótese,
caberia ao Congresso Nacional, apinhado de parlamentares sob investigação no
petrolão, apontar o nome do próximo presidente. A eleição indireta é um dos
fatores que levam ministros do TSE a afastar a corda do pescoço de Temer.
Confirmando-se as tendências atuais, o TSE terá
trabalho para justificar um paradoxo: depois de transformar a auditoria nas
contas de Dilma num marco, o tribunal servirá um refresco a Temer, mantendo sua
tradição de cassar apenas vereadores, prefeitos e governadores de Estados
nordestinos.
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