Indústria
13/08/2015 19:40 
A Bahia é um dos estados mais beneficiados com o Programa de
Investimento em Energia Elétrica (Piee), lançado esta semana pelo Governo
Federal. Em território baiano já são 168 usinas eólicas instaladas ou em
processo de instalação, investimentos de R$ 16,2 bilhões e previsão de geração
de mais de 4,9 mil megawatts (MW) de energia. Por determinação da presidente
Dilma Rousseff, até 2018 serão realizados leilões para gerar entre 25 mil e 31
mil MW, com investimentos de R$ 186 bilhões.
“Os leilões deste ano
reforçam a realidade promissora da Bahia. No A-3, que acontecerá em 21 de
agosto, a Bahia habilitou 106 projetos em eólica, totalizando 2.541 MW, e dois
projetos em térmica a gás natural, com 413 MW. O segundo Leilão de Reserva de
2015, que será em novembro, também confirma a liderança do Estado no setor de
renováveis. Dos 730 projetos de eólica (17.964 MW), 243 são da Bahia; enquanto
dos 649 empreendimentos de energia solar (20.953 MW), 192 são baianos,
totalizando, solar e eólica, mais de 12 mil MW”, explica a coordenadora da
Indústria de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE),
Laís Maciel.
Com 195 mil MW de potencial eólico – com torres a 150 metros
- a Bahia também começa a avançar na produção de energia solar por causa das
suas excelentes condições de radiação. São investimentos de R$ 2 bilhões, em 14
grandes projetos, e geração de 400 MW de potência instalada. “Dos 331
empreendimentos que foram habilitados no último leilão, exclusivo de energia
solar, em fins de 2014, mais de 45% tinham intenção de se implantar na Bahia”,
explica a coordenadora da SDE.
No Piee também está previsto, até 2018, o
leilão de 37,6 mil quilômetros de linhas de transmissão, com investimentos
previstos de R$ 70 bilhões. Na Bahia, destacam-se as linhas entre os municípios
de Juazeiro e Ourolândia, e de Gentio do Ouro a Bom Jesus da Lapa, ambas de 500
kV. Partirão também da Bahia - Bom Jesus da Lapa, Sapeaçu e Igaporã - as linhas
que integram a proposta de aumento para 6 mil MW da capacidade de intercâmbio
energético entre as regiões NE e SE.
Outra linha de transmissão, também
de 500 kV, incluída no programa e que vai beneficiar diretamente o estado, é a
que vem do Piauí, passando pelo município baiano de Buritirama e Barreiras até
chegar a Rio das Éguas. Ela vai beneficiar diretamente o Oeste baiano,
especialmente os 45 mil hectares irrigados dos 35 projetos agrícolas implantados
entre os municípios de Cocos e Jaborandi. “Temos dois problemas urgentes para
resolver: mais energia para os pivôs de irrigação e o asfaltamento da BR-030, no
trecho que vai de Cocos, na Bahia, a Mambaí, em Goiás. Com o Piee, certamente
resolveremos um dos nossos gargalos”, explica Luiz Pucci, diretor da Nordeste
Florestal e Agrícola e um dos líderes empresariais do agronegócio na
região.
Parque industrial
Quem se beneficia
também diretamente do Programa de Investimento em Energia Elétrica do Governo
Federal é o parque industrial baiano voltado para a produção de equipamentos e
estruturas para a energia eólica, que conta com seis fábricas implantadas no
estado - Alstom, Gamesa, Torrebras, Acciona, Torres Eólicas do Nordeste (TEN) e
Wobben Windpower - e uma em implantação - Tecsis, em Camaçari.
“O
Programa de Investimento em Energia Elétrica do Governo Federal reforça a opção
pelas energias renováveis, mas conferindo uma maior diversificação de fontes.
Mais indústrias devem ser instaladas no Brasil, o que é muito positivo, porque
os investimentos podem representar verdadeiras alavancas para que o país possa
superar o atual momento de dificuldades”, diz Humberto Barbato, presidente da
Associação Brasileira das Indústrias Eletroeletrônicas.
A francesa
Alstom, que tem 13% de participação no mercado de energia eólica no Brasil,
inaugurou, em 2011, na Bahia, a sua fábrica de nacelles (caixa do rotor do
aerogerador eólico). A unidade de Camaçari, com capacidade de produção de 300
MW, dobrou para 600 MW já no ano seguinte. No segundo semestre de 2014, com a
adoção do terceiro turno e investimentos de R$ 12 milhões, a capacidade local de
fabricação e montagem subiu de 600 MW para 900 MW por ano.
A planta da
espanhola Gamesa em Camaçari já atingiu a marca de 500 empregos diretos após a
conclusão da sua ampliação em 2015. A nova unidade fabrica nacelles e possui
capacidade instalada de 400 MW/ano, enquanto a planta original realiza a
montagem das turbinas para os aerogeradores. A empresa chegou à Bahia em 2011,
onde já investiu R$ 450 milhões.
A também espanhola Acciona, que conta
desde março de 2013 com uma planta no estado para a fabricação de cubos, no
final do ano passado inaugurou uma nova linha industrial para a produção de
nacelles. A unidade, localizada em Simões Filho, tem capacidade para a montagem
anual de 135 cubos eólicos e 100 unidades do aerogerador AW3000, gerando 270
empregos diretos.
Já a Torrebras, inaugurada em maio de 2013 no Polo
Industrial de Camaçari, foi primeira fábrica de torres eólicas da Bahia. Ela foi
ampliada em 2015, aumentando sua capacidade de produção de 200 para 300
unidades/ano. São quase 300 empregos diretos na empresa do grupo espanhol Daniel
Alonso, que já investiu R$ 47,5 milhões no estado.
A TEN, joint venture
entre a brasileira Andrade Gutierrez e o grupo francês Alstom, investiu R$ 120
milhões em um fábrica de torres metálicas em Jacobina, com a criação de 250
empregos diretos. A planta industrial, instalada em uma área de 140 mil metros
quadrados, produz 200 torres de aço/ano.
Em Camaçari, a Tecsis está
implantando uma unidade industrial para fabricação de pás e acessórios para
geradores eólicos, com investimento total estimado em R$ 100 milhões, previsão
de faturamento anual de R$ 400 milhões e capacidade de produção de 4 mil
pás/ano. Ao final de sua implantação total, em 2017, a fábrica deverá empregar
diretamente 3.500 trabalhadores.
Em Juazeiro, a Wobben Windpower,
subsidiária do grupo alemão Enercon GmbH, montou uma fábrica para produzir 200
torres de concreto e aço para aerogeradores, por ano, em uma área construída de
17,6 mil m2 quadrados no Distrito Industrial do São Francisco. Com investimentos
de R$ 25 milhões, a indústria está gerando cerca de 250 empregos diretos.
Fonte:AGECOM
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