
Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, o governador Jaques Wagner, comparou a Bahia com outros estados em relação ao cenário atual da economia: “Está todo mundo apertando o cerco. Eu acho que a gente tem um indicador que merece ser ressaltado que é a menor taxa de desemprego do país, por isso que eu insisto a gente tem que apertar a inflação, tem ajuste fiscal para fazer, terá que fazer o ajuste fiscal no próximo governo. Com certeza, até por isso que eu voto na Dilma porque eu acho que ela tem muito mais capacidade para fazer e compromisso para isso do que alguém que chegue novo. Agora todo mundo está apertado. Eu não tenho aqui na cabeça, mas saiu recentemente os estados que fizeram superávit, os que fizeram déficit primário. Têm vários aí. Por exemplo, o fundo de previdência que eu tenho, Minas Gerais tinha e já estava na casa de R$ 3 bilhões e pouco. Ele aprovou uma lei na Assembleia porque tem maioria e desovou o fundo na fonte 00 para gastar. Pernambuco teve déficit primário um dos maiores do país e, no entanto, vai fazer o discurso da responsabilidade fiscal. Evidente que estamos apertados, ninguém tem folga, mas não tem nenhuma sangria desatada. Estamos fazendo negociação dos royalties agora. Conseguimos ter aprovado no Senado dois empréstimos no Banco Mundial”.
Wagner complementou: “Por que é assim? Porque todo mundo veio na batida de acelerar a economia. Quando chega no último ano, principalmente para quem acaba o mandato como é o meu caso, o de Anastasia (Minas) e Eduardo (Pernambuco) não se consegue mais pedalar para o ano que vem porque quando você está dentro do governo, uma dívida desse ano você passa para o ano que vem. Na Lei de Responsabilidade Fiscal quando você vai terminar o mandato você tem que fechar. Se você for em Pernambuco tem gente sem receber. Não é diferente e eu insisto que somos o estado com pior per capita fiscal. Não dá pra comparar o nosso orçamento com o do Rio de Janeiro.
O jornal também citou os momentos de dificuldades da questão financeira e que Paulo Souto chegou a falar que o maior desafio do próximo governador, além da segurança, será tentar sanar as finanças da Bahia e perguntou ao governador qual a sua avaliação sobre isso: “Ele tem visão fiscalista de governo e eu não tenho. Evidente que podemos melhorar na arrecadação e acho que Manoel Vitório, chefe da Sefaz, tem feito um excelente trabalho. Ele deu uma arrumada boa. Hoje nosso nível de dívida é 0,54%, cuja lei garante até 2.0%. Temos problema na Bahia que somos o terceiro pior orçamento per capita do país. Sergipe é melhor que nós. Temos baixa capacidade de investimento. Eu quero dizer que tem muito colega do partido dele [Paulo Souto] que não fez o que eu fiz. Falar é fácil, mas colocar um dado... Eu digo que muitos dos que ladeiam eles não tiveram os nossos avanços. Na previdência ele me deixou um buraco e vou deixar para o próximo perto de R$ 1 bilhão em caixa. Eu acho estranho ele falar disso. Ele deixou um Funprev, dos funcionários, deficitário. Eu tenho que colocar quase R$ 2 bilhões por ano para fechar as contas da previdência. Se eu não tivesse o fundo que estou fazendo, eu poderia ter R$ 2 bilhões para colocar em obras. Como Rui conhece isso tudo, nós vamos para o debate. Queria muito ir para o debate com o ex-governador Paulo Souto”.
E Wagner também falou da petroquímica baiana: “Pergunte a Braskem, a Odebrecht quem foi que viabilizou a petroquímica baiana? Fui eu! E disse isso a eles! Souto prometeu uma série de incentivos, mas deixou todo mundo pendurado e quem pagou fui eu. Reduzimos ICMS. Nós criamos regras, veio a Natura, a O Boticário porque, além do mercado, tem um governo que tem começo, meio e fim. Eu acho estranho ele falar. Eu questiono: por que Souto não deixou um centavo no Funprev? Por que não pagou nada de incentivo da indústria para crescer? Por que nunca mexeu no ICMS da nafta? Só pensa em arrecadar! Eu penso em viabilizar. O passado dele o condena. Como não quer discutir o passado? O passado é o currículo dele. E olhe que não tenho nada contra Souto. O considero honesto, sério, de boa qualidade, mas segue um modelo político”.
Quando questionado sobre o fato de temer que a situação da economia atual, com o PIB retraído e trazendo problemas para diversos setores, respingue na política até as eleições, o governador acha que a economia tem impacto direto na política. A sensação de bem-estar, futuro, de prosperidade é fundamental. Disse que a equipe de Dilma Rousseff está avaliando, que o momento não é fácil. “O momento piora. Sem querer fazer dicotomia, mas vamos pegar o exemplo da Copa. Se trabalhou anunciando o apocalipse. Quer dizer, nós perdemos um pedaço da fatura e não foi nada disso. A gente viu que lá fora houve elogios. Não teve problema. Na economia é a mesma coisa”.
Fonte:Bahiaeconômica
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